O momento da gravidez é muito sonhado por muitas mulheres, portanto, todo cuidado com a saúde é essencial para a vida da mãe e do bebê. O corpo e o sistema imunológico da mãe sofre várias alterações, sendo de grande importância ter cuidado redobrado nesse momento importante.
Veja quais são as doenças mais conhecidas que oferecem risco à vida da grávida:
1 – Infecção urinária
A chance de isso acontecer é grande. Trata-se de uma ardência e incômodo ao urinar. Entre as infecções causadas por bactérias no corpo humano, as de urina são as mais comuns, segundo a literatura médica. De acordo com Reynaldo Augusto Machado Junior, ginecologista do Hospital Beneficência Portuguesa (SP), “as alterações funcionais e anatômicas dos rins e das vias urinárias durante a gravidez facilitam infecções, assim como o histórico prévio e diabetes”. Apesar de não causar complicações diretamente ao feto, se não for tratado, pode causar o parto prematuro. O problema é detectado com exame de urina, que deve ser feito pelo menos duas vezes no pré-natal. Seu tratamento consiste no uso de antibióticos.
2 – Doença periodontal
A periodontite é uma infecção causada pelo crescimento de placa bacteriana por baixo da gengiva, originada por uma inflamação da membrana que envolve o dente. A gengiva fica inchada, avermelhada, ocorre sangramento, apresenta mau cheiro e, em situações mais críticas, a pessoa pode até perder os dentes.
Ao perceber os sintomas, a futura mãe deve procurar um periodontista. Caso não seja tratada, a doença pode causar também a aceleração do parto e desencadear infecções por todo o organismo. Um estudo realizado pela Unicamp com 334 gestantes de baixa renda revelou que 47% delas tinham a infecção. O alto índice foi atribuído ao estado precário da higiene oral da população pesquisada. Para manter a saúde bucal ok, a mulher deve visitar o dentista a cada seis meses e pelo menos uma vez durante a gravidez, para uma avaliação.
3 – Vaginose bacteriana
A doença consiste num distúrbio apresentado na flora vaginal, elevando a quantidade de bactérias conhecidas como Gardnerella vaginalis. Um dos sintomas é um corrimento no órgão com forte odor. Uma pesquisa recente da Fundação Oswaldo Cruz revelou que 30% das gestantes estudadas apresentavam a vaginose. “Essa infecção está associada com a ruptura da bolsa e o trabalho de parto prematuro”, ressalta o ginecologista Gutemberg Leão Filho.
O problema é diagnosticado através do material coletado na vagina e o tratamento acontece via vaginal ou oral. Não é uma Doença Sexualmente Transmissível, não sendo necessário tratamento do parceiro. Pelo fato da imunidade da mulher ficar baixa, a possibilidade de ocorrer essa doença é grande. O estresse pode contribuir também para o surgimento do problema.
4 – Rubéola
A rubéola é confundida com outras doenças, pois sintomas como dores de garganta e de cabeça são comuns a outras infecções, o que dificulta o seu diagnóstico. Apesar de não ser grave, a rubéola é particularmente perigosa na forma congênita. Podendo até deixar sequelas irreversíveis no feto como: glaucoma, catarata, malformação cardíaca, retardo no crescimento, surdez e outras, sendo esse o grande perigo. É recomendado que antes que a mulher engravide, faça uma sorologia para saber se está imune.
5 – Toxoplasmose
É uma zoonose, ou seja uma doença transmitida ao homem pelos animais. Para transmitir a doença, o gato precisa ingerir oocistos esporulados de Toxoplasma presente na carne crua de outros animais conhecidos como hospedeiros intermediários ou ingerir oocistos eliminados nas fezes de outro gato infectado.
6 – Citomegalovírus
É transmitido através da transfusão de sangue, das vias respiratórias ou da mãe para o bebê. Durante a gestação, essa doença pode ser evitada através dos antivirais. Lembrando que evitar carne crua ou malpassada ajuda na prevenção da doença, além de lavar bem frutas, legumes e verduras antes de comê-las.
7 – Hepatite B
Para se prevenir, é necessário estar em dia com a vacina. A transmissão ocorre em contato com sangue infectado, nas relações sexuais e até através do parto, da mãe para o bebê. A Organização Mundial de Saúde não contraindica a amamentação.
8 – Aids
Segundo o boletim epidemiológico de 2013 do Ministério da Saúde, no Brasil, 718 mil pessoas vivem com o vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Philippe Godefroy, coordenador do serviço de Tocoginecologia do Hospital Estadual dos Lagos (RJ) ressalta: “O parto vaginal pode ser feito se a quantidade de vírus no organismo – a carga viral – for menor do que mil cópias por mililitro. Do contrário, a mulher deve ser submetida à cesariana antes que entre em trabalho de parto, para não infectar o bebê”.
Sintomas como febre, manchas no corpo e dores surgem poucas semanas após a infecção. Ao nascer, a criança precisa tomar um banho imediatamente, para reduzir o contato com o sangue da mãe, e logo recebe a primeira dose do AZT xarope, que é a droga antirretroviral. O bebê não pode ser amamentado no peito, porque o HIV também está presente no leite.
9 – Candidíase
Os sintomas variam entre dor durante as relações sexuais, ardor, coceira no órgão genital e corrimento esbranquiçado. Nesse caso, o feto não sofre com a infecção, mas a mãe sente o desconforto durante a gestação. O tratamento é feito via vaginal, com pomadas antifúngicas, conforme indicação do médico especialista. Um levantamento da Universidade de Buenos Aires realizado em 2013 concluiu que, de 493 gestantes pesquisadas, 28% apresentavam a infecção pelo fungo Candida albicans, que vive no nosso trato intestinal.
10 – Sífilis
Caso o vírus chegue até a placenta nos 3 primeiros meses de gestação, pode provocar o aborto. Os sintomas são manchas no corpo, lesões, verrugas e úlcera vaginal. “O risco de morte fetal cai a partir da metade da gravidez, mas permanece a chance de haver trabalho de parto prematuro”, aponta Philippe Godefroy. A transmissão acontece através de relações sexuais sem uso da camisinha e transfusão de sangue. Antibióticos por via endovenosa são a cura para a doença.
11 – Herpes genital e catapora
A doença pode ser transmitida por atrito com a ferida. Se a infecção acontece durante a gravidez, é preciso ter cuidado, pois o primeiro contato com o vírus costuma ser o mais grave. Com o bebê, o cuidado deve ser redobrado, pois se a mulher teve lesões nos 30 dias que antecedem o parto, é recomendável fazer cesárea para não expor a criança ao vírus. O tipo 3 (varicela-zóster), da catapora, contamina por via respiratória. Quem nunca teve a doença nem foi imunizada deve se vacinar antes de engravidar. Caso seja infectada, o tratamento apenas alivia os sintomas. Caso o vírus passe para o feto, podem haver sequelas na pele e no cérebro, causando até risco de aborto.
12 – Zika
Os sintomas mais comuns do Zika são febre baixa, dores leves nas articulações, coceira, manchas vermelhas pelo corpo, podendo aumentar conforme o tempo. A princípio, a doença causada pelo vírus Zika, que é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, parece mais inofensiva que a dengue, já que seus sintomas são mais brandos. Porém, no caso das gestantes, a doença pode ter efeitos agressivos para o feto.
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Ainda não se sabe ao certo de que forma o vírus Zika, que consegue atravessar barreira placentária, é capaz de afetar o desenvolvimento neurológico do bebê. Vários médicos e cientistas ainda estão estudando essa doença. Ela pode causar microcefalia, uma má-formação que está associada com retardo mental do bebê na maioria dos casos, e outras síndromes como a de Guillain Barré.
A recomendação dos médicos é evitar ao máximo o contato com o mosquito, usando roupas com tecidos claros que cubram braços, pernas e pés e investir no uso de repelentes próprios para gestantes.