A ansiedade é uma das doenças da vida moderna. O número cada vez mais crescente de pessoas diagnosticadas com a doença nos últimos anos fez a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial realizarem um estudo sobre os benefícios que o investimento em tratamento para a saúde mental poderia trazer para a economia e, claro, para a saúde dos países.
Entre 1990 e 2013, junto com a depressão, o número de pessoas com ansiedade aumentou quase 50%. Em 2016, ano em que o estudo foi publicado, esse número significava um total de 615 milhões de pessoas afetadas pelas duas doenças no mundo todo e um custo anual para a economia global de US$ 1 trilhão, segundo divulgado pelo site da Empresa Brasil de Comunicação.
Saiba como reduzir a sua ansiedade usufruindo da natureza
Ansiedade e pandemia
Com a pandemia, o quadro de ansiedade no mundo agravou-se ainda mais. De acordo ainda com a OMS, a ansiedade aumentou 25,6% em 2020. Ainda que os fatores de estresse sejam múltiplos, a principal causa da doença durante a pandemia foi o isolamento social sem precedentes. A solidão, o medo de se infectar, o sofrimento, a morte de entes queridos, o luto e as preocupações financeiras foram os principais desencadeadores de crises de ansiedade.
Os mais afetados pela ansiedade durante a pandemia foram os jovens e as mulheres. O primeiro grupo mostrou um risco de comportamento suicida e automutilação, enquanto o segundo grupo, nos casos em já havia o risco de condições de saúde física pré-existentes, como asma, câncer e doenças cardíacas, estava mais propenso a desenvolver sintomas de transtornos mentais.
Recentemente, a OMS pediu a todos os países mais investimentos em saúde mental, segundo matéria da Folha de S.Paulo de 16/06/2022. Há poucos dias, o mesmo jornal divulgou um estudo do Datasus alertando sobre o aumento da taxa de suicídio no Brasil, que dobrou nos últimos vinte anos.
O Brasil está na contramão de outros países do mundo, devido às seguintes causas: pobreza, desigualdade, exposição a situações de violência e ineficiência de planos de prevenção.
Mesmo antes da Covid-19, quase 1 bilhão de pessoas viviam com um transtorno mental, apontou a agência da ONU em um relatório sobre a situação da saúde mental global.
Há que se levar em conta que a inviabilidade de sair de casa durante a pandemia fez com que as pessoas ficassem sem contato com um importante remédio curativo para a ansiedade: a natureza. Estar em contato com a natureza é uma forma de nos reconectarmos conosco. Confira, a seguir, 3 maneiras simples de combater a ansiedade por meio da natureza.
Lugares arejados
Lugares abertos com mata, cachoeira, praia, parques, florestas têm o poder de relaxar as pessoas. É como se, estando em um ambiente natural, pudéssemos, literalmente, aterrar, restabelecendo conexões vitais conosco.
Ficar descalço ativa ainda mais essa sensação de estar em conexão com a natureza, da qual muitas vezes esquecemos fazer parte.
Se você não mora em uma cidade praiana ou que tenha floresta, procure um parque ou uma praça, ou qualquer outro lugar arborizado, e faça uma meditação, pratique Yoga ou, simplesmente, sente-se em um banco, feche os olhos e faça algumas respirações de forma consciente.
Óleos essenciais
Os óleos essenciais são usados na aromaterapia e em massagens com fins terapêuticos.
A aromaterapia é uma técnica natural que utiliza o estímulo liberado pelas diferentes plantas para aliviar a ansiedade, a insônia e a congestão nasal, dar foco e energia, promover o bem-estar, além de outras funções. Alguns óleos atuam diretamente no alívio da ansiedade, como lavanda, jasmim, limão, sândalo, ilangue-ilangue. Eles podem ser usados em colares-difusores e em difusores de parede.
Exercício físico ao ar livre
Durante a pandemia, um dos agravantes da ansiedade foi o fato de as pessoas terem ficado impossibilitadas de praticar exercícios físicos. Está comprovado que a prática esportiva melhora não só a saúde do corpo como da mente. A razão disso é que, durante a realização de exercícios, são liberadas substâncias como serotonina e endorfina, relacionadas com a sensação de bem-estar.
Por isso, é fundamental manter uma rotina de exercícios físicos para impactar positivamente o bem-estar emocional de forma perene.
Com o fechamento das academias, muita gente começou a ocupar as praças para se exercitar e, agora, não quer mais saber de ficar trancado malhando. Você pode se exercitar com um educador físico em uma praça ou parque, ou pode se juntar a um grupo de pessoas para um exercício coletivo. Ou, ainda, levar um tapetinho de Yoga e fazer a sua prática. A verdade é que o “combo” exercício + ar livre espanta qualquer sinal de ansiedade.
Os adolescentes e os jovens são o grupo mais preocupante no combate às doenças mentais. Os pais devem incentivá-los a usar menos o computador e o celular, proporcionando-lhes atividades ao ar livre e em contato com a natureza.
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Sem dúvida, a natureza é um remédio capaz de modular nosso estado de espírito. Buscar estar mais em contato com o meio natural ajuda-nos a restabelecer uma conexão que perdemos com nós mesmos devido a tantos problemas que aparecem e nos atropelam. A natureza é um meio para voltarmos para nós e também para o outro.