Relacionamentos

5 motivos para aceitar que relacionamentos podem acabar a qualquer momento

Silhueta de casal dando as mãos e depois separados de costas um para o outro
kieferpix de Getty Images / Canva
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Nós crescemos vendo em filmes e contos de fada a ideia de que um relacionamento só dá certo quando dura para a vida toda. Mas, no mundo real, não é bem assim que acontece. As pessoas mudam, bem como suas relações — e está tudo bem. Veja como aceitar melhor o fim de relacionamentos.

“Felizes para sempre” é o termo que passamos a vida ouvindo aos finais das histórias de contos de fadas. Esse é também o mantra que se repete de padre em padre após os votos de felicitações em casamentos católicos. Esse “pra sempre” é a ideia que entra em nosso imaginário muito cedo e faz morada, nos pressionando a encontrar um amor que nos preencha e nos permita viver esse ideal eterno.

É a partir dessa narrativa romântica que crescem nossas expectativas sobre a vida, e, infelizmente, grande parte delas são irreais. Mas se sabemos que a realidade é diferente dos contos de fadas, por que hesitamos tanto em aceitar que os ciclos acabam, as pessoas mudam e os sentimentos se reinventam? Por que não aceitamos o fim dos relacionamentos?

Confira 5 motivos para aceitar que relacionamentos podem acabar a qualquer momento:

1 – Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal

Construir uma boa relação com o outro não é possível se mantiver uma má relação consigo mesmo. Inicie uma jornada por si e comece a se conhecer desde já. Analise o fluxo de suas emoções e as rotas que guiam o seu caminho. Comece a enxergar um futuro feliz onde você vai realizar seus projetos pessoais, independentemente dos rumos que essa relação terá.

Precisamos nos desprender das idealizações do amor romântico impostas pela sociedade e passar a ver relacionamentos como ciclos importantes para o nosso desenvolvimento pessoal, uma bela ponte para uma versão melhor de nós mesmos, não uma base que sustentará nossas vidas para sempre. É a partir dessa desconstrução que conseguimos viver relacionamentos mais leves e saudáveis.

O principal motivo para começar a lidar com o fato de que ciclos têm fim é, com certeza, o desenvolvimento da saúde e da independência emocional. É saber que tudo pode acontecer, mas, no fim do dia, você tem a si e isso deve bastar.

É poder sentir a beleza e a harmonia de um relacionamento onde ambos sabem que estão juntos por livre e espontânea vontade, e não por protocolo social, obrigação e prisão. Permita-se viver e amar de um jeito mais leve!

2 – Mais segurança de si e autoestima

O medo excessivo dos términos leva as pessoas a duvidarem do seu verdadeiro valor. Se tornam inseguras, ciumentas e descrentes de que podem ser felizes sozinhas ou de que outra pessoa seria capaz de transmitir amor o suficiente. Essas pessoas não se acham merecedoras do amor, e assim acabam se privando de viver o melhor dele.

Isso é problemático em todos os cenários, mas principalmente no contexto romântico, onde o nível de posse sobre outra pessoa acaba se tornando um termômetro de validação pessoal de alguém que se esvazia de si, ou seja, pessoas que não acreditam em sua autossuficiência. Você não quer se tornar uma pessoa tóxica com quem você ama por conta de suas inseguranças, não é mesmo? Ninguém quer, mas todos estão suscetíveis a tomar essa posição.

Portanto, o quanto você puder preservar pela sua autoestima, autenticidade e autoconfiança, preserve. E, se por acaso se encontra em um relacionamento que te impede de se amar, talvez já seja hora de avaliar se essa relação deve continuar ou não. Aceite que todos os ciclos possuem fim e que os encerramentos podem te proporcionar muitas coisas boas, desde que você saiba viver por si.

3 – Tornar a relação mais leve e saudável

Coração feito de papel com a silhueta de uma pessoa dentro e pessoa feita de papel fora do coração.
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Quando se entende que ciclos podem chegar até o fim, sabemos aproveitar melhor o seu meio. Permitimos nos entregar como se não houvesse o amanhã, celebrar o amor e deixá-lo sobressair sobre possíveis ruídos e picuinhas do dia a dia. Problemas sempre haverão, mas com duas pessoas vivendo o hoje e priorizando a inteligência emocional acima do desespero, para manter um relacionamento, eles podem ser resolvidos sem que vocês percam a cabeça.

Amadurecer a ideia dos namoros como ciclos é construir uma conexão onde duas pessoas sabem prezar pelo presente, viver os planos que estão sendo traçados juntos, apoiar o outro em seus planos individuais, cuidar para que a relação não caia na rotina e buscar não se desgastar com ressentimentos. É também se desprender da pressão da eternidade que nos faz viver melhor nossas relações enquanto elas ainda fazem sentido.

E, afinal, não era pra serem esses os princípios ideais de uma relação? Por que mesmo o amor romântico se vende de forma diferente, nos fazendo acreditar que o amor é sobre travar batalhas contra o seu próprio parceiro? Lembre-se que o seu modo de agir e olhar para o outro pode estar carregado de influências negativas que, na maioria das vezes, não estão conectadas com a realidade.

4 – Libertação de relações tóxicas ou insuficientes

Quando chega a hora de terminar, não adianta. Não há mais o que cavar. É como se o mergulho já tivesse dado pé lá no fundo do mar. Não aceitar que esse momento chegou só resultará em desgaste emocional para ambos, além de poluir um relacionamento que poderia terminar de forma mais saudável e recheado de boas memórias em detrimento das ruins.

Os contos de fadas prometem um amor que nos preencha, e quem dera se cada projeção feita por histórias de mentira fosse real. Mas, infelizmente, na busca pelo amor perfeito, nos deparamos com pessoas que não estão preparadas para se doar, respeitar, amar e ser feliz. Podemos cruzar nosso caminho com pessoas ruins, mas também podemos nos confortar com o fato de que nada no mundo pode nos prender a elas e a quantidade de pessoas boas é muito superior.

Mas, claro, reconhecer a maldade do outro, e suas possíveis limitações, não retira nossa responsabilidade sobre nossos afetos. Às vezes, sem perceber, colocamos pressão demais e, por não saber nos respeitar, optamos pelo prolongamento de relações que não indicam sucesso. A paixão vai tentar nos convencer de que vale a pena se desgastar, mas o futuro nos mostrará que o tempo perdido não volta mais, portanto dedique o tempo que sobrará após o fim do relacionamento pra você.

5 – Entender e praticar a autonomia

Silhueta de casal chateado
kemalbas de Getty Images Signature / Canva

Os ideais de relacionamento que buscamos costumam ser baseados na ideia de que uma pessoa completa a outra, mas, na verdade, não é assim. Quando você começa a encarar os relacionamentos com essa ótica mais real (e saudável) da vida, vê que sobra ainda mais espaço para se dedicar a si e nunca duvidar que, mesmo em um cenário sem a pessoa amada, você ainda pode encontrar um caminho para ser feliz.

Navegue constantemente em seus planos, sonhos, projetos e hobbies que te mantêm em vida, nas viagens que você gostaria de fazer um dia, no que você quer aprender, e ao que você quer dedicar. Faça coisas por você. Não é clichê de autoajuda quando afirmamos que podemos, sim, nos fazer felizes.

Geralmente, não há finais felizes em histórias de amor baseadas em dependência constante. Até mesmo livros dos autores contemporâneos mais românticos, como John Gottman, Esther Perel ou Nicholas Sparks, frequentemente abordam temas relacionados à individualidade e autonomia nos relacionamentos.

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Em narrativas mais recentes e modernas das histórias românticas, os personagens aprendem que manter interesses próprios, metas e uma identidade independente contribui para um relacionamento mais equilibrado e saudável.

Se até personagens de livros e filmes contam com um desenvolvimento pessoal e individual, por que você não pode? Quando o amor chegar ao fim, encare este momento como um arco que o seu personagem interior precisava para crescer individualmente.

Juntos até que faça sentido

É muito confortante pensar que o amor é para sempre e, em alguns casos, talvez ele seja mesmo. Mas precisamos parar de levar as exceções como regras. Desmistificar o fim não diminui o tamanho, o valor, a intensidade e a ingenuidade desse sentimento tão lindo que é o amor. Também não significa que a relação é um fracasso só porque acaba, afinal, basta observarmos exemplos que mostram o quanto o fracasso mora na ideia de que relações bem-sucedidas são aquelas que nunca acabam. Que tal trocarmos o “juntos para sempre” por “juntos até que faça sentido para nós dois”?

Não deixe de compartilhar esse artigo e permitir que mais pessoas acessem a desconstrução do amor romântico e vivam o hoje sem medo do fim!

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