Sêneca lista de que maneira algumas pessoas desperdiçam sua vida, e eu vou compartilhar meu ponto de vista. A ideia é que cada um interprete a lista de sua maneira, enriquecendo a discussão.
1) Ganância e busca incessante pelo dinheiro
Todo mundo que me conhece sabe que eu gosto da boa vida. Não vejo problema nenhum em ter dinheiro, acho dinheiro necessário e parte importante do nosso mundo 3D.
O problema é quando desperdiçamos tudo que faz parte do que é “vida” para correr atrás dele: relacionamentos, tempo de lazer, sonhos, um outro estilo de vida.
E pior ainda é quando o fazemos de forma autômata, condicionada pelas expectativas alheias ou pelo que é considerado “normal”: emprego das 8 às 18, faculdade com base no que vai dar mais dinheiro, enfim, you get the point.
2) Dedicar-se a tarefas inúteis e ociosidade
Procrastinação. Você sabe do que eu estou falando.
A melhor coisa que eu li sobre isto foi uma frase do Prem Baba: preguiça não é só não fazer nada, mas não fazer aquilo que precisa ser feito: você ajuda sua amiga a montar o projeto dela, a correr atrás do sonho dela, mas é só a maneira que arrumou de não ter que lidar com o seu.
3) Vícios
Sêneca fala sobre bebida no texto, mas o mundo moderno trouxe outros vícios. O que estamos negando no momento tem nome: Netflix.
Sim, é um vício. Você pode dar todas as desculpas: que usa para assistir documentários, para aprender, trocou as novelas maldosas e violentas por isso, mas o fato é que as maratonas estão ocupando tempo produtivo e de qualidade, e nós sabemos disso.
Sou super a favor do ócio, acho necessário para estimular a criatividade. O negócio é que quando permitimos que todo o nosso tempo livre seja preenchido por uma história criada por alguém, nossa criatividade não está sendo estimulada.
4) Preocupar-se com o julgamento alheio
Sim, desperdiçamos a vida com isso, em larga e pequena escala. Começa com não levar seu sanduíche à praia pelo “o que vão pensar?”, e acaba crescendo para o “não vou viver uma vida de nômade digital, trabalhando sem salário fixo e viajando livremente porque minha família e meus amigos vão achar que eu enlouqueci”.
5) Ansiedade com o perigo
Você provavelmente leu essa e pensou: “não, eu não sou tão ansioso”. Mas o fato é que somos. Este, aliás, foi um dos motivos pelos quais eu parei de assistir ao noticiário do medo – da violência, da crise.
Deixamos de fazer muitas coisas por causa do perigo, seja da violência nas cidades, seja do perigo de não ter uma segurança para pagar as contas no final do mês ou uma casa para chamar de sua.
6) Ocupar-se com o dinheiro alheio
Também conhecido como fazer outras pessoas ricas. Lembre-se: você está o tempo todo trabalhando pelo sonho de alguém – se não é o seu, então você está usando o seu tempo de vida pelo sonho de outra pessoa.
7) Servitude auto imposta
Esta é uma das minhas favoritas. Quanta vida já foi desperdiçada pela necessidade de agradar a todos, pelo medo de decepcionar esta ou aquela pessoa, pela necessidade de retribuir um favor recebido (necessidade esta que só existe na nossa cabeça), pela obrigação moral de fazer algo que não está sendo feito com o coração?
8) Não perseguir uma meta e viver em inconstância
Sêneca menciona aqui pessoas que mudam de um projeto para o outro e estão sempre insatisfeitas consigo mesmas. Acho que não há nada que eu tenha ouvido mais ultimamente.
Muitas pessoas têm vários interesses ao mesmo tempo e conseguem trazer tudo à vida: se você é a mente a criar algo e outra pessoa tem o perfil de executor, está tudo bem. No entanto, todos aqueles projetos que estão na nossa cabeça ou no papel, e não vão pra vida prática cabem nesta categoria.
9) Não ter objetivos
Uma das frases que mais me ajudou na vida foi esta, escrita em letras garrafais: “O QUE VOCÊ QUER? O QUE VOCÊ REALMENTE QUER?” E a autora do texto nos desafiava a colocar isto no papel.
Seu objetivo não precisa ser salvar o mundo, pode ser viver uma vida de qualidade, ter mais tempo livre para dedicar aos seus filhos, viver no campo.
Você também pode gostar de outro texto da autora: Mais algumas lições com a Louise Hay