Muito se fala em ética e moral, mas por vezes esbarramos no seu emprego incoerente logo ali na esquina.
Um monge tem os seus métodos. Suas vibrações são benéficas, não faz o mal e ensina dentro dos limites que traçam o seu mundo. É um começo, mas no caos pode acontecer de um ignorante dos assuntos acadêmicos — e aos nossos olhos, também dos assuntos ocultos — estender o braço em auxílio daquele que poderia ser um inimigo. Então, ele sorri e segue. Fez mais do que muitos ditos espiritualizados e acadêmicos, mais do que um monge.
Parece que, como em qualquer bolha, estamos deixando sentimentos nobres de fora, acostumados com um sistema social que anda cambaleante, um tanto adoecido, senão já falido.
Uma das coisas mais difíceis de aceitação, a quem ao menos tenta uma observação mais cuidadosa, é o compasso da alienação instalada em grupos sociais. Não importa qual. Valores se invertem e todo mundo é bom, o mais completo ser da positividade.
Não há julgamentos aqui. É uma reflexão.
Em algum grau, todos têm confortáveis cortinas de fumaça a fazer com que uma visão mais próxima da realidade não apareça e atrapalhe o sossego do status quo estabelecido, das morais daquele ambiente social, seja ele a do país, da cidade ou da casa em que vivem.
Querem apenas a “sua realidade”. Isso é uma das faces do medo. E no exercício de humanização, se assim podemos chamar, é preciso encarar que todos o tem.
O medo é um sentimento que nasce muito em razão daquilo que não conhecemos. Avançar sobre esse terreno é imperioso para que novas estruturas morais sejam construídas.
O significado também dessa palavra — moral — vem sendo distorcido. Parte das pessoas pararam no tempo e parecem querer enjaular preceitos moralizadores da época mental em que vivem.
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Não é difícil ver parcelas conservadoras fazerem campanhas para essa manutenção em uma tentativa — antiética — de avalizar as suas fanfarrices em nome de Deus, por exemplo.
Sistematicamente, cai tudo na conta de um Deus. Objetivamente, vemos muito acontecer envolvendo questões de gênero, direitos das minorias, entre outros exemplos.
Utilizam-se de uma pretensa moral para cercear o direito das pessoas de viver em liberdade, sem amarras mentais e, consequentemente, espirituais.
Moral e Ética são muito mais do que palavras para serem usadas em discursos de cúpulas imperfeitas, frequentadas por pessoas de mentes preguiçosas e egoístas.
O trabalho íntimo de evolução, ou a reforma íntima, trabalha silenciosamente a quem se permite avançar na busca por novos caminhos.
Com cada indivíduo buscando esse aperfeiçoamento, maior a probabilidade de nos percebermos, coletivamente, eticamente preparados para reestruturar as bases morais de uma nova etapa planetária.
Artigo escrito por Luiz Alberto Portes