Doutrina Espírita Espiritualidade

Por que reclamamos da vida?

Lei do Progresso
Escrito por Luiz Guimaraes
O desconhecimento da real finalidade das nossas vidas leva-nos, não raro, aos queixumes das vicissitudes pelas quais passamos. O questionamento é válido, fazendo parte das incertezas do ser humano.

Contudo é imprescindível estudo e reflexão para desbravarmos os incontáveis mistérios que nos circundam. Sem dúvida, a doutrina espírita é o porto seguro no qual podemos ancorar no oceano das dúvidas em que estamos mergulhados… Se avaliarmos que a vida não tem sentido, ficando restrita ao período do berço ao túmulo, chegaremos em conclusões que nos darão alento a essa inquietude.

Lei do Progresso

Partindo do princípio de que somos espíritos e estamos provisoriamente em um corpo perecível, entenderemos certamente que, além da vida corpórea, o espírito permanece em outra dimensão, conforme inúmeras provas e esclarecimentos encontrados na vasta literatura espírita. Como seres perfectíveis, cada caminhar reencarnatório faz parte do cumprimento da Lei do Progresso por Ele decretada. A misericórdia divina premia-nos ao conceder essas oportunidades, permitindo a nossa evolução contínua para a depuração das nódoas espirituais que abrigamos.

As bem-aventuranças anunciadas por Jesus constituem-se em verdadeiro código moral, sendo também a “essência” do Reino de Deus. Com a luz desses ensinamentos e com a Fé fortalecida, deveremos compreender Suas palavras, de acordo com João 18:36:

(…) O meu reino não é deste mundo, se o meu reino fosse deste mundo pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus, mas agora o meu reino não é daqui”.

Ainda nesse entendimento, segundo João 14:6, Ele disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai se não for por mim”. Essas sábias palavras leva-nos à conclusão de que sendo Ele o caminho que deveremos seguir, não restará dúvida de que o nosso reino também não é deste mundo…

Encontramos ainda na questão 920 do Livro dos Espíritos: “Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra? R: Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra”.

Com uma boa reflexão, nós deveremos aceitar os percalços da vida com coragem, paciência e resignação, visto que as agruras que nos fustigam correspondem aos ajustes necessários à purificação do nosso espírito enfermo.

O livre-arbítrio faculta-nos o caminho a escolher,
valendo salientar que a vida não é um “trilho”, mas constituída de inúmeras “trilhas”, cabendo a nós o discernimento para seguir ao que nos aprouver, porém estando sempre conscientes da colheita obrigatória daquilo que plantamos.

Descabido, pois o nosso desapontamento e as constantes reclamações da vida. Pensemos nisso! Em um planeta de provas e expiações, não podemos esperar felicidade plena, mesmo porque ainda não alcançamos os méritos para tal (a dor irresignada é a porta de entrada para o sofrimento).


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Sobre o autor

Luiz Guimaraes

Sou médico diplomado no ano de 1972, pela Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Já era funcionário do Banco do Brasil e em 1977 assumi o cargo de médico no serviço da Instituição. Em 1988, assumi a chefia daquele serviço e em 1996 aposentei-me. Escrevo para o Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco (ambos em Recife) sobre a Doutrina Espírita e também sobre nossa conjuntura política. Sou membro efetivo da Academia Pernambucana de Música desde 1998.

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