Eu sempre gostei de escrever, mais nesse tempo, com a sensação de que a minha vida estava chegando ao fim, passei a escrever compulsivamente. Adotei como lema a seguinte máxima: “nenhum dia sem escrever uma única palavra”. Para ser honesto, vem daí parte deste texto!
Na medida em que fui distanciando dessa sensação mesquinha, comecei a observar que a vida é um suceder de novas tarefas. A vida não acaba quando achamos que ela acaba. A vida só acaba mesmo quando perdemos a vontade de viver e a capacidade de sonhar. Já se passaram sete anos dessa ideia e, ao longo desses anos, aprendi que o ser humano só morre mesmo quando perde a humildade e a vontade de aprender novas coisas.
Hoje, eu tenho a plena consciência de que não se alcança nunca uma meta, seja ela qual for, porque cada ponto de chegada nada mais é do que um trampolim de lançamento para novas metas. Assim, quando você deseja muito uma coisa, tenha certeza, nem sempre você está certo. O bonito, o bom e o maravilho é sempre o novo, o surpreendente, o imprevisto, o incompreensível, o incognoscível, o mistério…
Dessa forma, este texto quer contribuir na reflexão sobre a importância de se viver a vida plenamente, para que cada pessoa possa deixar coexistir em si mesmo a atividade e o desempenho, segundo a própria personalidade e a situação em que se vive, para que cada indivíduo encontre a sua estratégia e a estrada em que deve caminhar, sem perder, enfim, a esperança de ser uma pessoa melhor. Acredite, um olhar para dentro de si mesmo, às vezes, nunca incomoda!
Segundo a psicologia do desenvolvimento, a velhice geralmente é considerada como um período de renúncia às experiências agradáveis, uma fase de “espera”, na qual não acontece nada de importante. Ou seja, é um período de “retenção”, não de mudanças. Na velhice, a memória é acionada e as experiências do passado afloram com naturalidade. É o período próprio do amor, do amor doado e do amor vital.
A vida deve ser vivida mais naturalmente por quem já chegou aos 50 anos, por exemplo, do que pelos jovens. Por essa razão, todo ser humano deve sentir-se livre do estresse do dia a dia e das responsabilidades, não por acomodação, mas para inventar um novo estilo, mais interiorizado, mais personalizado, a fim de descobrir em si mesmo recursos novos ainda escondidos, capacidades até então desconhecidas. Enfim, é preciso viver a vida, em qualquer idade, sempre na esperança de dias melhores, de momentos melhores, de experiências melhores…
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