Não quero morrer, QUERO APENAS matar esta dor!
“Ora o vazio no peito, ora borboletas no estomago…
Não sei mais descrever tantos sintomas. No desespero, tento me expressar, mas sou mais e mais rotulada, então me calo. Nos momentos difíceis, sozinha e presa em meu mundo, uso técnicas, banho de sal, ervas, ho’oponopono, reiki e orações… Padre, pastor, pai de Santo, já fui em todos. Mas o vazio continua… Nada mais resolve…
Tento dormir rezando, mas a insônia não deixa. Madrugada afora, o mantra é outro: ‘sinto muito por existir, me perdoe por ser quem sou, sou grata por tudo, eu amo o mundo… mas ele não me ama mais.’
O dia amanhece e, com ele, um sopro de esperança. Mas, no decorrer do dia, os sentimentos vão tomando conta do meu ser. Tudo volta. E quem está em volta?
Pessoas que parecem não me amar mais.
Minha família insiste que tudo é falta de Deus. Que Deus?
.Será mesmo que Ele existe? Se sim, certamente já desistiu de mim.
Olho onde moro, o que conquistei e procuro ser grata, mas nada daquilo faz sentido. O que sobra?
Sobra uma única certeza. A dor é tão grande que preciso acabar com ela. Tudo que preciso é de 20 segundo de coragem, afinal, insana já estou. É o que todos murmuram pela casa, como se eu nem mais estivesse ali. Será que existo? Às vezes, penso que já estou morta, principalmente, quando elas surgem: As vozes.
Vai. Faça! Do outro lado, não existe esta dor.
… Em cima do piano apenas um copo e um bilhete: Sinto muito!”
Olá, Amados! Não é agradável falar neste assunto, mas é necessário. Para milhares de famílias, tudo que queriam é voltar no tempo e fazer diferente. Mas o tempo não para, e nem volta… Após o fato a família e amigos acabam experimentando todos os sentimentos que antes não compreendiam: A dor, a culpa, o vazio, a depressão e até as vozes.
O vazio, frio na barriga e borboletas no estômago são reações cerebrais que começam na ansiedade, estresse e navegam para outros mares, como o medo, a culpa, a vergonha, o desespero, que são sentidos fisicamente nos órgãos abdominais.Os sentimentos físicos dessas emoções são chamados vulgarmente de borboletas no estômago ou frio na barriga, que são a mesma coisa.
Porém, os diagnósticos são vários e com sintomas muito parecidos que acabam se confundindo, como a depressão, ansiedade, bipolaridade, chegando a laudos como esquizofrenia ou doenças mentais mais severas, causadas, normalmente, pela depressão prolongada, pressão arterial, medicamentos, etc.
Numa tentativa inútil de ajudar, os familiares e amigos acabam “incentivando” com frases como: “Levanta! Isso é coisa da sua cabeça”, “paranoia”, “falta de Deus”, “vitimização”, “pare de charminho”, e por aí vai… Normalmente, trocam de médico ou de remédios, buscando tratar os sintomas que são semelhantes em várias patologias. E quantos são os diagnósticos errados e remédios que só pioram o quadro? Remédios estes que a pessoas não conseguem sequer controlar, esquecendo a hora ou tomando duplicadamente. O indicado, em caso onde os familiares não podem cuidar, é a internação.
Os médicos amenizam os sintomas, mas não curam a alma!
Infelizmente, a família não sabe como ou onde buscar esta ajuda, afinal, aprendemos que ou é caso médico, falta de fé, problema espiritual, ou é só charminho mesmo. O que eles não sabem é que, na maioria das vezes, a ajuda está em um abraço, um ombro, um colo onde possa chorar, e se sentir segurança em se expressar sem ser julgado, pois isso só aumenta a dor… a dor que cada dia se torna mais insuportável. Aqueles que estão mais próximos, ao perceberem que são incapazes de lidar com isso, e sequer sabem que um abraço já salvou milhares de vidas, acabam desvalorizando os sintomas da pessoa chegando até a excluí-la, deixando-a quieta em seu mundo, afinal… “Quem sabe isso passa”, né?
O indicado é a ajuda terapêutica desde o início, esteja ou não tomando medicamentos, o terapeuta especialista no assunto pode ajudar a pessoa, e, principalmente, orientar a família como agir diante a situação. Explicar que críticas, julgamentos (ainda que achem construtivos), neste caso, somente destroem. Destroem uma alma que já não brilha mais. Um terapeuta é capaz de ensinar a família a importância do abraço, do estar presente, do carinho e do amor.
Já atendi crianças suicidas, adolescentes e jovens, que se perdem nos games, e são casos mais comuns do que os que se perdem nas drogas. Adultos desesperados por fracassos profissionais, nos relacionamentos, separações, pessoas que se sentem usadas, dentre tantos problemas matam levam cerca de 1 MILHÃO de pessoas, por ano, a cometerem suicídio. Depressão não tem idade e nem classe social. Não existe problema maior ou menor, para a pessoa que não vê mais saída, o problema dela é ENORME, sempre! Discordar, julgar ou dizer o contrário, agrava a situação.
“Ah… mas ele tinha tanto dinheiro”; “Ah… mas ela sempre teve tudo que queria”; “ah mas… mas e mas…”
Somente aqueles que já passaram pela doença ou perderam um ente querido sabem que pode acontecer com qualquer um e, quanto maior a classe social, menos as pessoas acreditam, normalmente, dizem que é “charminho” de mimado, etc… Pois bem, este charminho que nossas crianças e jovens fazem, assim também como o charminho da mamãe, papai e vovó, podem destruir toda a família quando não há mais tempo de fazer nada. Tempo que não para, nem volta atrás…
Já viram como as pessoas choram nos funerais? Será que todas elas choram pela saudade que irão sentir? Será que muitos não estão ali se sentindo culpados por não terem feito diferente? É, mas agora não há mais tempo… Tempo que não para, nem volta atrás…
Por experiência posso garantir que muitas pessoas morrem junto, mesmo ainda estando VIVAS! De forma inconsciente, acabamos repetindo os sintomas e as doenças que não conseguimos lidar, que julgamos, criticamos ou excluímos. Este estudo é sistêmico e biológico, podendo ser tratado com diversos métodos terapêuticos, incluindo as famosas constelações sistêmicas ou Constelação Familiar. Alguns métodos psicoterapêuticos podem prevenir que o pior aconteça, outros podem remediar, evitando que outros membros da família repitam o quadro, o que é mais comum do que as pessoas imaginam.
Estamos todos conectados, mesmo que uns estejam em estágios diferentes dos outros, estamos sempre influenciando e sendo influenciados o tempo todo pelos sistemas aos quais pertencemos.
Procure ajuda! Seja para você que está sofrendo, ou para você que sofre ao ver seu familiar passando por isso. Todos precisam de ajuda, pois de “achismos” e crenças o mundo já está superlotado. E, nestes casos, o chá da vovó não vai acalmar, mas talvez o colo dela ajude.
Doe! Doe amor, abraço e apoio. Já ouviu falar que com louco não se discute? E a expressão “O médico mandou não contrariar”? São frases populares que incentivam um depressivo a se autocondenar como louco mesmo. Mas isto não é mais brincadeira. Quem ama cuida e procura ajuda antes que seja tarde.
Quem está no quadro, sempre acha que não é mais amado. Mas isso não é verdade. A verdade é que as pessoas não sabem como ajudar e, quando se dão conta dos mimos e charminhos do outro, já é tarde. Só se vê o piano, o copo e o bilhete.
Aqueles que não podem pagar por terapias, podem atualmente recorrer as terapias oferecidas pelo SUS, grupos de apoios em comunidades e ao famoso CVV, o qual ajuda milhares de pessoas através da sua disponibilidade 24 horas, o que nem sempre os familiares têm: Tempo! Tempo que não para, nem volta.
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A reportagem abaixo tem 10 minutos de duração, mas indicam formas de ajudar e ser ajudado por especialistas da área. Divulgar é o melhor caminho. Compartilhe, seu “vizinho” pode estar passando por isso.
CAMPANHA SETEMBRO AMARELO. Prevenção ao Suicídio
E que Deus abençoe as famílias religiosas dando-lhes sabedoria, para que percebam que nem tudo está nas mãos DELE.
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Beijos na alma,
Raquel Koury