No entanto me ocorreram algumas reflexões…
Trabalhe e aposte na autoestima do seu filho! A autoimagem é um assunto sério, nada supérfluo e que, embora esbarre nas tendências do ego e da vaidade (prejudicial quando mal administrada), também não está longe dos valores morais, éticos e da construção de caráter desses pequenos.
Trabalhe e aposte na autoestima do seu filho! Porque ao empoderá-lo diante das suas qualidades únicas, você não só estará o preparando para trilhar uma vida independente, segura e bem-sucedida física e emocionalmente, você não apenas estará o preparando para ter uma postura de resiliência diante dos sacolejos e choques da vida (porque, sim, existirão!), mas também estará colocando tijolos bem sedimentados na desenvoltura desses futuros adultos em seus relacionamentos.
Relacionamentos não se restringem aos tricôs românticos. E, a propósito, esses também existirão, prepare-se: não os coloque em uma bolha. Relacionar-se, na verdade, é uma teia de conexões praticamente ininterruptas. Se trata de uma questão interpessoal, que começa desde como as pessoas se relacionam com o seu meio externo, a sua casa, o seu quarto e o seu planeta até como o fazem com quem os cerca: amigos, familiares, concorrentes, colegas de atividades.
Para cuidar e inspirar cuidado diante de tudo o que nos envolve, caminhando por meio de um panorama de respeito, é necessário, sim, primeiramente, ter uma consciência de autorrespeito. Saber quem se é nos leva até o famoso “tornar-se quem se é”, ou seja: nos faz colocar para fora o potencial que subsiste em nós. É um processo gradativo, às vezes doloroso, mas que forma seres brilhantes, extremamente fortes e gentis.
Exaltar a autoestima nada tem a ver com aquele tipo de enaltecimento que é cego diante dos defeitos que também precisam ser trabalhados. O amor alienado das partes feias, digamos assim, mais torna frágil o objeto amado do que o fortalece. E pouco o prepara para os momentos de perda ou lacunas. Pois a vida e nós, calejados, sabemos que não se resume ao ambiente confortável que (quase) todos nós nos esforçamos para criar para os nossos. Filhos não são propriedades – ou sonhos.
Filhos têm os próprios sonhos.
Trabalhe e aposte na autoestima do seu filho, sim. Ao fazer isso, de alguma forma você estará modificando e ingerindo em uma parte do mundo, da sociedade. Filhos seguros de si tornam-se pessoas empáticas e escorregam menos em sentimentos pobres ou em posturas mesquinhas, como a da inveja, fofoca ou bullying. Afinal, quem nunca foi vítima dessas chacotas nada saudáveis?
Apostar na autoestima do seu filho é um ato que reverbera e ecoa por meio dos outros. É dar mais uma chance ao próprio mundo, à possibilidade de ser arquitetado e habitado com decência.
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