Bom, o Natal está próximo… Depois de um outubro tumultuado pelas eleições, é a nossa hora de colocar em prática tudo o que pregamos.
Ram Dass conta em um dos seus livros que ele viveu um tempo no monastério e, quando voltou para casa, parecia que tinha esquecido tudo. É, não está fácil para ninguém, mas aqui vão algumas reflexões que tive nos últimos dias:
1) A família normalmente está ali para mostrar a nossa sombra, nos mostrar o que ainda precisa ser trabalhado. Eu, por exemplo, sei que preciso melhorar compaixão e generosidade: lembrar que estou fazendo aquilo não por mim, mas por outras pessoas para as quais aquele momento é importante. O que você acha que o Natal está querendo te mostrar?
Pode ser, inclusive, que o que você precisa trabalhar seja dizer o “não” e respeitar a sua vontade, se colocar em primeiro lugar.
2) Como eu sempre falo, a intenção e atenção contam muito: “Onde colocamos a atenção, é aquilo que vai crescer.”. Portanto se você for sair de casa já com o pensamento de: “Este ano será difícil, pois terei que conviver com o meu tio que votou em fulano!”, a possibilidade de haver um desentendimento é grande.
Que tal mudar a perspectiva? Você talvez possa usar esta oportunidade para exercitar uma habilidade nova: a diplomacia, ou escutar sem julgar, ou a empatia…
Você pode, por exemplo, sugerir que não se fale sobre assuntos polêmicos e que a família use este evento para descobrir coisas novas. Você sabe se o seu cunhado tem um sonho que deixou escondido no fundo da gaveta por achar que não é possível? Sabe se a sua mãe deixou algum hobby lá na juventude depois que engravidou? Você sabe o suficiente sobre a sua árvore genealógica?
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3) Se não for para abrir a boca para dizer algo gentil, edificante e amoroso, é melhor não dizer nada!
Esta é uma boa estratégia. A gente sempre acha que deve ser educado com os estranhos, com os colegas de trabalho e com os amigos, mas a família e o cônjuge estão ali para ouvir o que quer que você queira dizer, da maneira que quiser fazê-lo. Simplesmente não faz o menor sentido!
Pergunte-se: “Eu falaria assim com um estranho?”, se a resposta for não, não fale assim com as pessoas que você ama (ou com aqueles que são importantes para quem você ama).
Os indígenas usam a expressão: “Pôr as palavras para andar”, dizem que quando você não faz o que fala, as palavras se enroscam em suas pernas, dificultando o seu caminhar. É um bom incentivo para fazer o que é certo, tenho a certeza de que todos nós queremos caminhar em 2019 com passos largos e certeiros!
Um excelente 2019 de luz a todos e gratidão a você que leu os meus artigos!