Todo dezembro minha mãe compra um novo jogo de luzes pisca-pisca. Esse ano, a caixa de “coisas de Natal” já deve somar umas 1000 lampadinhas. São inúmeras! Tem anos, é verdade, algumas sobram. Mas ela sempre arranja um lugar diferente para iluminar.
Eu acho que, no fundo, minha mãe busca simplesmente luz! Do tipo que não se liga na tomada. Ela busca energia. De forma ainda mais intensa que a do pisca-pisca.
Renovação.
Os reflexos já não brilham tanto e o mundo parece se contentar com dias de pouca luz, que escurecem cedo. Faltam lados para um perfeito prisma.
Nos falta energia.
O amigo secreto de hoje tem lista dos presentes desejados e o valor mínimo/máximo estipulado para gastar.
A agenda de dezembro, agora, tem que ter uns dias livres para encontrar aqueles amigos que não foram priorizados para encontrar ao longo do ano. Tem que ter mais um dia livre aliás, para confraternizar com os colegas de trabalho que, apesar de normalmente, serem as pessoas com as quais mais convivemos, não tivemos tempo de comemorar juntos as conquistas do dia a dia.
Tem que ir para o shopping e aproveitar as promoções que nessa época do ano, “Nossa! São imperdíveis!”.
No fim do ano, é hora do “projeto verão”. Tem que correr, atrás do prejuízo. Porque mais uma vez, faltou tempo para cuidar melhor da saúde. Durante o ano todo.
Que tanto tempo é esse que a gente vem perdendo e achando que se recupera em um mês ou menos?
Que tempo é esse em que as pessoas parecem voar contra o tempo, como se o fim se aproximasse e tudo fosse começar do zero? Ou acabar!
Todo dezembro minha mãe compra um novo pisca-pisca.
Então, eu lembro que é tempo de paz. É tempo de amor e união.
É tempo de troca, e se for de presentes, que seja do fundo do coração. É tempo de juntar a família e rever alguns que moram longe. É tempo de fazer aquela receita que traz lembrança boa de quem já não está por perto. É tempo de ouvir piadas e histórias repetidas e ficar feliz, por certas coisas não mudarem. É tempo de agradecer e esperar apenas por uma “Noite Feliz”, independente de religião. É tempo de lembrar que o ano que vem está logo aí, no dia de amanhã. Não é o fim do mundo. É a continuidade do que não deveria ter a contagem zerada, e sim, somada.
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É… minha mãe deve estar certa: precisamos sempre de mais luz.
É tempo de Natal.
O meu, com uva passa, por favor.