Capítulo 4 – DIGA “NÃO” COM DOÇURA
A palavra em si já é muito… negativa, se perdoa o(a) caro(a) leito(a) o trocadilho meio bobinho. Deve ser a palavra mais ouvida por todos nós, até que, amadurecendo e virando adultos, assumimos o direito de proferi-la e de infernizar a vida de muita gente, assim como feito conosco.
Caetano Veloso, felizmente para nós brasileiro e baiano, em 1969 apresentou uma emblemática música “É proibido proibir!” , talvez jogando para fora os “não” que ouviu de Dona Canô, amantíssima mãe ou dos tempos cinzentos que à época vivia-se no Brasil.
O fato é que a palavra é mesmo uma pancada nas levezas das nossas almas e ninguém permanece a mesma pessoa ao ouvi-la, mesmo que seja em situações banais, dessas que pedaços de nós não arrancam, mas até nelas o “não” assume dimensões sinfônicas e deixa aquele que a ouve com vontades entre esganar a quem disse ou desaparecer por uns três dias, até a passe a dor e os sentimentos ruins que ela desperta.
Veja a historinha do desaparecimento da letra ”a” e do sinal “til” da parede da sala de aula do grupo escolar! Sumiu , sim, da noite para o dia, e foi um alvoroço danado, com professoras nervosas correndo para todos os lados e uma diretora prometendo oficiar à Secretaria da Educação, caso não fossem imediatamente achados tão importantes sinais gráficos da nossa amada língua, trazida do outro lado do oceano por bravos marujos portugueses!
Um pandemônio na escola! Até a simpática e zelosa “tia” que cuidava da merenda da meninada corria assustada atrás dos símbolos surrupiados possivelmente por um meliante querendo alfabetizar-se por meios esdrúxulos…e deixou o mingau de aveia queimar!
Quando tudo parecia caminhar para uma erupção vulcânica na escola, eis que Biscoito, Gordinho e Pinhoco, três amigos de muitas aventuras, mais tarde apresentaram-se como autores do delito e a todos surpreenderam, justificando esse ato como uma tentativa de se ouvir menos “não” na escola, sabendo eles, danadinhos de espertos, que, sem “a” e sem “til”, não se fala e nem se escreve NÃO!
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