Para ilustrar, vamos dizer que Maria é sua amiga e sempre te contou sobre seu chefe, que tem um tipo de comportamento abusivo. Você sempre foi uma boa ouvinte, sempre achou um absurdo as peripécias do fulano, até que um dia é convidada para um happy hour da empresa em que Maria trabalha e conhece o tal chefe. A sororidade não empática então acontece em uma destas formas:
“Quisera eu que meu chefe fosse assim!”
É quando invalidamos a experiência da Maria com base na nossa própria.
O fato de o seu chefe ser pior do que o de Maria ou de você ganhar menos naquela posição não invalida a dor dela. Talvez você sofra tanto quanto ela, mas fale menos sobre isso. Talvez você tenha encontrado mecanismos para se defender do seu chefe.
Não importa como você lida com a sua dor, o fato é que o sujeito, para Maria, continua sendo um problema.
“Até que ele era legal.”
“Mas você também não é flor que se cheire!”
Quando invalidamos a experiência da Maria com base na nossa própria experiência com ela.
A Maria, como todo mundo, tem defeitos. Isso continua não dando direito ao chefe dela de ser agressivo. E a dor dela com relação àquela situação continua sendo a mesma, independentemente de você agora achar que ela merece o que recebe.
“Poderia ser pior.”
Quando invalidamos a experiência de alguém com base em comparações com a situação de outras pessoas.
A dor da Maria é a soma de todos os traumas que ela teve e de suas necessidades atuais. Você nunca vai realmente saber como ela se sente dentro daquela situação, ainda que para você pudesse ser pior.
Resumindo: Empatia. Reconhecer a dor do outro como legítima. Parar de competir por sofrimento. Sororidade. Respeito.
Você também pode gostar de outros artigos da autora: Uma reflexão sobre a escuta e a capacidade de ouvir