Sempre que acontece alguma catástrofe, nos sensibilizamos com a dor do próximo. E não foi diferente com Brumadinho. Poucos minutos após a tragédia televisionada e repostada em milhares de mídias nacionais e internacionais, veio uma avalanche de comentários compassivos com a dor dos familiares e dos moradores daquela pequena cidade.
O que mobiliza nosso coração? O que nos faz sentir a dor do outro? É algo de ordem religiosa, espiritual, cultural?
Segundo os ensinamentos budistas, a compaixão é uma qualidade de se colocar no lugar do outro, mas não de forma intelectual, racional, com o pensamento. Realmente é preciso sentir o que a pessoa está passando. Ao ouvir a dor do outro, devemos assimilar, compreender, mas acima de tudo, SENTIR a verdadeira compaixão em nossos corações.
Segundo o Dalai Lama, nós nascemos com o sentimento da compaixão em nós. As crianças têm essa emoção bem acentuada, tanto que uma cai e a outra vai lá dar a mão para outra se levantar e ambas continuarem a brincadeira. Uma se sensibiliza com o choro da outra. Uma divide o que tem com a outra. Essa é nossa natureza compassiva e por isso mesmo, amorosa e divina.
Ao sentir compaixão, desejamos a felicidade ao outro, assim como desejamos a nós próprios.
Na meditação da bondade amorosa ou da compaixão, “Desejamos que nós mesmos e os outros sejamos felizes e alcancemos a causa da felicidade”. Segundo Richard Davison, a meditação da bondade amorosa ou da compaixão, realizada por algumas semanas, altera nossas rotas neurais, trazendo mais bem-estar e liberando hormônios da felicidade.
Depois que eu aprendi os benefícios dessa meditação, passei a praticá-la usando o app Insight Time. E sugiro, para quem gosta de mediação guiada, o canal Meditando com Silvia Mizoguti.
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Por isso, que em momentos de infortúnios, nosso coração se sensibiliza, se movimenta para ajudar os desabrigados, os menos favorecidos. Quem tem um coração compassivo, não fica paralisado. Age para que possa beneficiar o próximo, seja de forma material enviando donativos ou até colaborando com ajuda espiritual, enviando orações, mentalizando luz e desejando que todos os seres possam despertar a sua natureza divina e serem livres.
No livro, Chaves para a felicidade, o mestre budista Kyabgib Phajcgij Rinpoche escreve:
A causa de todo nosso sofrimento é o egoísmo: pensar que nós e nossos sentimentos são mais importantes que os dos outros. É isso que torna a vida tão difícil. Da mesma maneira, alcançar certa liberdade desse egoísmo e criar um desejo genuíno de fazer algo pelos outros é a causa da felicidade verdadeira”.
É impressionante como podemos aprender com a filosofia budista, não é verdade?
As tragédias de Mariana e de Brumadinho são reflexos do egoísmo e da ganância do homem. Mas, pode servir também como uma grande oportunidade de aprendizado para governos, empresas e sociedade.
Tudo na vida é uma grande lição. Como vamos reagir: com compaixão ou indiferença? Com ação amorosa ou revolta mental?
Os frutos das nossas ações revelam o que temos em nosso coração. Por isso, gostaria de convidar o leitor a refletir como ele tem reagido às grandes tragédias ou às pequenas pedras no caminho: com bondade amorosa, compaixão para consigo e o próximo, paciência, compreensão, tolerância, calma ou com raiva, medo, indiferença, egoísmo, ganância, intolerância, etc.?
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Enfim, eu acredito que sempre é possível fazer mais e melhor pelo mundo. E para finalizar, vou usar a afirmação do grande Mahatma Gandhi: “Sejamos a mudança que queremos ver no mundo”.
Abraços fraternos de um coração feliz!
#felicidadesustentavel
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