Capítulo 15 – NÃO EXIJA ALÉM DO POSSÍVEL!
Uma árvore não vive mais que seu tempo e não dá frutos mais que sua floração possa gerar! E assim é com as pessoas: não se deve exigir mais do que possam dar, que esteja além das suas capacidades natas ou adquiridas e das suas condições. Há limites para tudo, é preciso que nos lembremos disso nos relacionamentos do dia-a-dia e, com mais vigor, quando se trata de cobrar desempenhos ou tudo que seja pelo menos parecido com o cumprimento de obrigações.
Há, nisso, o imperativo de um cuidado extraordinário:
A distinção de exigir para estimular, comparada com exigir de forma sufocante. Uma, a primeira, é saudável e deve ser praticada por todos que buscam ser úteis na vida dos outros enquanto a segunda forma é… sufocante e pronto!
Se der, vá avançando passo a passo no esforço de ampliar na outra pessoa a sua noção de que ela pode um pouco mais, adicionando mais um tantinho só de esforço e que não haverá punição alguma quando chegar no seu limite. Se não der, compreenda. Não recrimine e mostre reconhecimento pelo esforço feito, mas não torture as pessoas com exigências descabidas, com desempenho de atletas de decatlo olímpico para frequentadores extemporâneos de academias de malhação na crista da onda!
Certo papai, zeloso da educação dos filhos e do seu preparo para a vida, competitiva e sem espaço para quem se conforma com o segundo lugar, vida só para os muito fortes, dividida entre vencedores… e o resto, entendendo que a estimulação para que os filhos sempre dessem o máximo de si, levou o mais velho, ali pelos 15 anos, para um espaço de experimentação esportiva e, numa daquelas engrenagens que mais parecem instrumentos dos subterrâneos dos castelos medievais, passou a exigir que ele desse de si mais e mais, ultrapassando as próprias marcas de desempenho e, depois e sucessivamente, as marcas dos demais.
O menino quase desesperado por causa da impiedosa exigência de “Mais!”, repetidas vezes berradas nos seus ouvidos, propôs uma inversão de papéis e passou a pedir dinheiro ao pai, começando com um real e aumentando sempre, até que o pai esbravejou, dizendo que aquilo tinha que ter limites, porque dinheiro não se reproduz como bactérias! Seu filho, um menino realmente esperto, aguardou que a tempestade emocional do pai se transformasse num laguinho de ondas mansas e lhe disse:
“Pois é, né, pai, assim como não posso exigir de você dinheiro acima das suas possibilidades, eu também não posso ser exigido além da minha capacidade física! A vida é assim e acho até que você já me disse isso!”
Você também pode gostar:
Continue acompanhando a série: