Afim de aprimorar a prática do Reiki Celta, é de grande valia estudar as tradições destes antigos povos. Isto aprimora a compreensão deste sistema como um todo, e aprofunda a capacidade de intuir as melhores combinações entre os símbolos durante uma sessão.
Como sabemos, os celtas eram muito ligados às mudanças sazonais, da qual dependia sua subsistência. Isto permitiu que a observação da Natureza se aprofundasse, apreendendo os ciclos vitais que regem tanto a vida dos animais e plantas, quanto a dos próprios seres humanos.
Assim, durante o giro da “Roda do Ano” (o movimento aparente do Sol no firmamento), a ocasião em que o dia e a noite parecem ter a mesma duração é denominada equinócio; os hemisférios terrestres Norte e Sul são igualmente iluminados pelo Sol. Isto ocorre duas vezes por ano – em março e em setembro.
O equinócio de Primavera, que acontece em 21 de março (no hemisfério Norte), é denominado Ostara. Terminando o inverno, o Sol recomeça a elevar sua trajetória nos céus, e a Natureza se recupera, dando os primeiros sinais de renascimento. A Vida toma as rédeas, e o Inverno não tem mais poder.
Deusa Ostara
A Deusa Ostara tem origem anglo-saxã provinda do advérbio ostar . Esta palavra expressa algo como “Sol nascente” ou “Sol que se eleva”.
Eostre (de origem indo-germânica) significa “brilho”. Isto pode indicar que a deusa era associada à luz da alvorada. Seu nome deu origem à palavra inglesa “Easter”, que significa “Páscoa”.
Os antigos celebravam a fertilidade durante os festivais da primavera, com grande alegria pela renovação da Natureza. O inverno e seus poderes deixavam de influenciar o tempo, e as pessoas podiam retomar as plantações e a caça, junto à terra.
Na primeira parte de Março, a árvore-símbolo é o Freixo (Nuin ou Nion). Após o dia 17, a árvore-símbolo é o Amieiro (Fearn ou Fern). Assim como o equinócio, que representa o equilíbrio das forças da luz e escuridão, estas árvores trazem também esta qualidade, pois Nuin tem uma polaridade feminina ligada à deusa Eostre, enquanto Fearn traz a polaridade masculina, do jovem deus da caça, como o deus celta galês Gwyn ap Nudd (“Gwyn, filho de Nudd”) ou o deus da fertilidade Cernunnos.
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Eostre (ou Oster), a deusa celta da fertilidade, tinha como símbolo o coelho, o animal que se reproduz com grande rapidez. O coelho, entre os povos do norte da Europa, era considerado sagrado, desde remotas eras.
Outra tradição associada ao festival pagão era a decoração de ovos, representando o potencial de fertilidade e renovação trazido pelos deuses. O ovo estava associado ao começo da vida e diversos mitos recordam o “Ovo Primordial”, que teria sido chocado pelo calor da luz solar, dando vida a tudo que existe. Grandes fogueiras eram acesas, representando essa força renovadora do Sol e da Vida.
A Cristandade, com a intenção de converter os pagãos, aproveitou-se da ideia recorrente de renovação desta época para associar à festa da Páscoa – festa da ressurreição de Jesus – às antigas celebrações.
Segundo os estudiosos, a cristianização da Inglaterra começou no final do século VI, aproveitando-se das antigas tradições religiosas para uma assimilação mais rápida do Evangelho.
Esta é uma época propícia para nos renovarmos continuamente, nos esforçando para abandonar as trevas da ignorância e da ilusão, de maneira consciente e contínua, aprimorando nossas qualidades – e assim podemos também tornar o mundo à nossa volta um lugar melhor.
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Roda_do_Ano#Ostara
https://pt.wikipedia.org/wiki/Eostre
Reiki Celta – Antiga Sabedoria para os tempos atuais – Maria Tereza do A. G. O. Ramos – AGbook – São Paulo