CAPITULO 21 – VALORIZE AS PEQUENAS GENTILEZAS E FAVORES QUE TENHA RECEBIDO!
Há um enorme e incompreensível equívoco na tendência dominante nas pessoas de mostrar-se gratas e demonstrar esse estado com veemência apenas quando as gentilezas e favores recebidos são de alto valor! É claro que aquilo que se destaca pela importância, proporções, valor e demais indicadores do gênero, é sempre capaz de nos envolver e nos levar a estágios superiores de alegria.
Contudo, é indesculpável deixar de valorizar à altura os pequenos gestos de gentileza, assim como os favores menos majestosos que são frequentes em nossas vidas. No mínimo, é uma questão das mais básicas das regras de convivência e de boas maneiras, importantíssimas no aprimoramento das relações interpessoais e para seguirmos adiante na evolução da barbárie à magia relacional.
Faça muita diferença na vida das pessoas de quem tenha recebido gentilezas e pequenos favores! Reconheça a importância do gesto, manifestando que o aprecia, que o valoriza muito e que agradece, com o devido respeito e consideração, e fará as pessoas muito felizes, gratificadas, e elas serão sempre vozes do enorme coro que apregoa suas virtudes, valores e importância.
Nós seres humanos funcionamos assim, pelo menos em condições normais: apreciamos MUITO que tudo o que façamos de bom pelos outros, mesmo que um cisquinho no imenso turbilhão que nos envolve, seja apreciado e reconhecido.
Uma vez parei diante de um mendigo a quem dera duas moedas de R$0,25, depositando-as numa pequena bacia de alumínio muito amassada, que ele postava diante de si, ali nos baixos do Minhocão, viaduto do centro de São Paulo, ligação entre as zonas Norte e Central.
Passando pela região, deparei-me com o mendigo sentado no chão e recostado na pilastra de sustentação daquele trecho do viaduto e, enquanto aguardava o sinal de pedestre para seguir na travessia da Amaral Gurgel, a rua que fica embaixo do viaduto, curvei-me e coloquei as moedinhas na citada bacia e, para minha surpresa, o mendigo agradeceu em voz alta, efusivamente, de forma que denotava realmente sua satisfação diante da miúda oferta da minha parte.
Sem compreender muito bem o comportamento daquele senhor, tive que perguntar os porquês de tanta alegria e ele me disse, balançando a bacia diante dos meus olhos: “Olha só! Não é legal esse barulho das moedinhas? Se não tivesse nada na bacia, mesmo coisinha pouca, nem esse barulhinho eu teria e, sacumé, né dotô, din-din faz tin-tin e traz mais din-din!” Que belo aprendizado para seguir comigo pela vida inteira!
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