Alimentação consciente Nutrição

A Alimentação Saudável e a Sustentabilidade Ambiental

Mulher preparando salada
Escrito por Daniela Crespo

O que é afinal uma alimentação saudável? Visto haver tantas dietas, e cada uma se proclamar mais saudável que a outra, mesmo sendo tão diferentes. E o que é que isto da alimentação tem a ver com a sustentabilidade ambiental?

São dois temas bem distintos, mas que inevitavelmente estão conectados. Na verdade, aquilo que faz bem ao ser humano, faz bem ao ambiente, por isso para fazermos uma alimentação correta e adequada teremos que tentar perceber um pouco aquilo que está acontecendo no planeta, de onde vêm os alimentos que consumimos e como chegam até nós.

Alimentação saudável é aquela que alimenta e nutre o ser humano, suprimindo todas as necessidades de proteínas, aminoácidos, vitaminas e minerais necessários para o normal funcionamento do organismo humano. Isto só poderá ser conseguido fazendo uma alimentação variada, rica em vegetais frescos, leguminosas, cereais, carne e peixe (caso sejam omnívoros) nas quantidades adequadas ao nosso organismo.

Representação de um boi feito de vegetais

E como conseguir fazer esta alimentação saudável? Estamos tão confusos com a quantidade de dietas que existem que por vezes ficamos meio perdidos sem saber o que é melhor para nós. Muitas vezes somos também levados (e deixamo-nos levar) pelas dietas e ingredientes ditas milagrosas que por vezes são apenas formas usadas para nos fazer consumir.

Vivemos numa sociedade consumista. Nascemos nela, crescemos nela e não sabemos como sair dela. Estamos muitas vezes ocupados para parar e pensar no que estamos a fazer à nossa saúde e à saúde do planeta.

Pois bem, aquilo que é saudável para nós, é também aquilo que é saudável para o planeta.

Aquilo que tenho aprendido através do estudo, observação, da minha experiência e das experiências das pessoas que me rodeiam é que a alimentação mais saudável é também aquela que respeita os ciclos da natureza. É uma alimentação variada e natural, onde se consomem produtos frescos, orgânicos, sustentáveis e se possível de produção local, ou pelo menos nacional.

Se observarmos a natureza, vemos que durante um ano existem 4 estações, e em cada estação há diferentes plantas a crescer. Se comermos os mesmos tipos de alimentos o ano inteiro é porque algo está sendo feito de maneira forçada. Tanto a natureza quanto o nosso organismo precisam de variedade, é-lhes natural. Comer aquilo que é típico da estação, aquilo que é local, típico do país e local onde vivemos é benéfico para nós e para o ambiente. Os produtos locais e sazonais são muito melhores em termos de sabor e em termos nutritivos (porque o organismo precisa de diferentes tipos de nutrientes e vitaminas, dependendo da época do ano).

Pessoas passando de carne para vegetais

Também na agricultura, o solo beneficia a variedade de culturas que são cultivadas. Além disso, ao evitarmos comer produtos que percorrem longas distâncias (como é o caso de produtos exóticos e produtos que não são sazonais) estamos também reduzindo a nossa pegada ecológica, devido aos milhares e milhares de litros de petróleo que são gastos nos transportes desses mesmo produtos.

Consumir produtos não processados é muito mais saudável para nós e para o ambiente (pois assim também evitamos o desperdício de todos os plásticos em que os alimentos processados vêm embalados).

Dentro do possível, devemos adquirir produtos na sua forma mais natural (cereais, leguminosas, vegetais frescos) e prepará-los em casa, evitando assim todos os conservantes que os alimentos já preparados contêm e que são prejudiciais ao nosso organismo.

Em relação à carne e ao peixe. Há cada vez mais pessoas que se tornaram vegetarianas ou mesmo vegans devido às consequências que o consumo de carne e de peixe têm nos animais, no planeta e na nossa saúde. Mesmo que não se faça uma alimentação totalmente vegetariana, uma redução da quantidade de alimentos animais será uma grande ajuda no que toca a estes dois temas.

Estamos produzindo animais sem terra, e estamos desgastando a terra com uma agropecuária super industrial para alimentar esses mesmos animais.

Para quem ainda consome produtos animais, o ideal seria consumir os de Agricultura Biológica/Orgânica ou de criação extensiva, onde há respeito pela dignidade animal e onde se procura que estes façam parte integrante dos ciclos naturais de todos os elementos da exploração agrícola.

Será uma tarefa desafiadora esta mudança, mas muito compensadora. E aos poucos consegue-se ir mudando, se assim for essa a nossa vontade.

Você verá que está se alimentando de forma saudável quando começar a ir cada vez menos vezes ao caixote do lixo. São dois problemas mundiais que se resolvem mutuamente. Basta mudarmos a nossa maneira de ver as coisas, a nossa maneira de olharmos para o planeta, para a nossa Grande Mãe, que nos alimenta, que nos nutre. É na retribuição dessa grande dádiva que está a solução destes dois problemas.


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Sobre o autor

Daniela Crespo

Tenho formação superior na área de ciências agrárias (agricultura biológica), mas a minha área de estudo pessoal e autodidata vai muito além disso. As minhas áreas de interesse vão além da agricultura biológica/orgânica, natural, biodinâmica, permacultura. Interesso-me muito pela natureza, sustentabilidade ambiental, alimentação natural, cura natural pelas plantas e também por toda a área da cura energética, por meio do reiki, ioga, meditação, entre outras técnicas.

Acredito que todas essas áreas estão ligadas e que todas contribuem para a saúde e bem-estar do indivíduo e do planeta Terra.

A minha missão passa por ensinar, dar dicas de como ter uma vida melhor ao mesmo tempo que cuidamos de nós próprios e nunca esquecendo a nossa mãe, Gaia, que nos alimenta, nos nutre em vários sentidos e à qual devemos uma enorme gratidão.

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