Eles também passam pela experiência de dupla função pai/mãe e sentem as mesmas inseguranças que nós, mulheres. “Será que o remédio está fazendo o efeito?”, “O lanche da escola! Tenho que lembrar de deixar pronto!”, “Não vi o dentinho cair…”, “Na próxima sexta, às 09h00 tem apresentação na escola. Céus! Esses colégios não sabem que temos de trabalhar?!”. E por aí vai…
Quando a guarda é compartilhada, outras questões aparecem, pois as diferenças entre o ex-casal não mudaram e as opiniões sobre a educação dos filhos podem ser mais diversas ainda.
Na minha experiência, tanto pessoal quanto de consultório, os melhores resultados sempre ocorrem quando os pais e as mães entendem que os filhos vieram dos dois e precisam de uma coerência de opiniões quando se trata da educação deles. Esse é um ponto que pesa no equilíbrio das relações.
As crianças não vão facilitar essa tarefa, pois ela pertence aos adultos. Criança aproveita qualquer brecha que percebe quando os pais ficam inseguros e contraditórios. Não é por maldade, é uma questão de sobrevivência. Mas o alerta é válido: o troco vai chegar.
Se os adultos não agirem como tais e não superarem as diferenças nesse sentido, vão sentir o peso do desequilíbrio dos adolescentes e jovens que seus filhos se tornarão. Fica a dica.
Outro ponto importante é saber que se a mãe da criança (isso também serve para o pai) mantém algum contato com ela, você, que fica mais tempo, deve permitir que esse outro exerça o seu papel também. Ou seja, responsabilidades devem ser divididas e posturas prejudiciais à criança precisam ser alertadas. Isso não é fácil, porque se o ex-casal se desse totalmente bem, não teriam se separado. Mas o meio-termo é alcançável, pode acreditar.
Retomando os elogios aos nossos queridos pais/mães, é bonito ver o cuidado meio atrapalhado, mas tão zeloso quanto possível, ao lidar com as necessidades dos pequenos.
O dia a dia pode ser estressante para qualquer um, mas tenho certeza de que, no fim das contas, as alegrias superam o esforço e o orgulho com as pequenas/grandes conquistas de seus rebentos incentiva à continuidade da tarefa tão exigente que é ajudar a transformá-los em pessoas felizes e saudáveis.
Precisamos de mais pais conscientes, precisamos de mais pessoas felizes, que se conheçam o suficiente para saberem o que é melhor para si.
As crianças estão precisando de adultos mais amorosos e felizes para que elas vejam que vale a pena viver e estar aqui. Algumas estão desistindo antes de alcançarem a adolescência. Isso é triste. Conversaremos mais sobre isso em outro momento.
Cumprimento respeitosamente esses pais que também são mães e que vivenciam as duas facetas dessa experiência maravilhosa e complexa de gerar, educar e aguardar o resultado do amor que depositaram nesses seres que lhes foram confiados.
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Tenham fé! Eles crescem e fazem as próprias escolhas. Esperemos que sejam sábias.
Que no Dia das Mães vocês também se sintam contemplados.
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