Astronomia

Morar no espaço. Será que estamos preparados?

Homem no pico de montanhas nevadas, observando o brilho de um astro e das estrelas no céu.
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Quando somos crianças adoramos brincar de astronauta. Passamos horas imaginando como seria viajar ao “infinito e além”, observar as estrelas, os planetas e toda a grandiosidade da nossa galáxia.

Mas será que nos adaptaríamos a morar no espaço?

Adaptar-se a essa nova realidade é uma opção que precisaria ser observada de uma forma mais racional. Embora possa parecer encantador morar nas estrelas, alguns fatores, como a saúde do nosso corpo, podem fazer dessa uma experiência não tão interessante.

Entretanto, nós já temos alguns pontos a nosso favor. O primeiro deles é a certeza de que a tecnologia funciona no espaço, ou seja, podemos ter energia e também formas de comunicação com a Terra, mas isso é só a ponta do iceberg.

Para compreendermos melhor a rotina no espaço, vamos citar aqui alguns relatos interessantes citados pelo astronauta Ron Garan. Recentemente, ele lançou um livro chamado “The Orbital Perspective”, no qual revela ao público como foi viver um período na órbita da Terra e como essa experiência foi crucial para mudar sua forma de encarar a vida.

Astronauta flutuando no universo. Ao fundo é possível ver a atmosfera do planeta Terra.

Segundo Garan, as situações mais difíceis foram:

  • Gravidade Zero:
    O astronauta revelou que suas primeiras sensações ao entrar no espaço não foram nada divertidas. Mesmo com os treinamentos da NASA em simuladores de gravidade zero, Garan não estava acostumado a vivenciar a ausência de peso o tempo inteiro, o que causou algumas náuseas. Entretanto, ao final do dia seu corpo já havia se acostumado.
  • Dormir: Como não há gravidade, não é possível se deitar da mesma forma que fazemos aqui. Garan conta que levou várias semanas para que seus músculos se acostumassem à posição de dormir na Estação Espacial. Além disso, a ausência de “dia e noite” também foram fatores que atrapalharam na hora do descanso. Para lidar com isso, Garan relatou que se concentrava em pontos fixos para conseguir cair no sono.
  • Noção de tempo: No espaço a contagem de tempo é diferente da que temos na Terra. Cada dia lá é chamado de “Flight Days” (FD), logo, fica um pouco mais complicado de acompanhar e contabilizar a passagem de horas, dias e semanas.
  • Fluidos corporais: No espaço as lágrimas não escorrem pelo nosso rosto, afinal eles não têm a gravidade que puxa tudo para baixo. Por isso, se chorarmos em gravidade zero, veremos pequenas bolinhas de líquido fluido flutuando pelo ar. Mas isso não é tudo! Também é preciso um cuidado especial na hora de fazer as necessidades fisiológicas em um ambiente sem gravidade. Quando a urina ou fezes saem do corpo do astronauta precisam ser rapidamente sugadas por uma máquina para não correr o risco de saírem “voando” pela nave. A urina é purificada e transformada em água potável. Já as fezes são armazenadas em uma nave à parte não tripulada que envia o conteúdo de volta para a Terra e, quando entram em contato com a atmosfera do nosso planeta, são completamente queimadas, evitando contato ou contaminação do solo.
  • Superar a vista: Por fim, é possível avistar a Terra da Estação Espacial. Os astronautas têm a oportunidade de observar à distância as auroras boreais, as luzes artificiais das grandes cidades brilhando à noite e tudo isso é visto de uma janela envidraçada chamada “Cupola”. Para Garan, apesar de toda a beleza, essa vista fez com que ele mudasse completamente a visão que tinha sobre o nosso planeta, e ficou difícil superar as revelações que esses momentos proporcionaram. Ao final, essa visão o fez se tornar um ativista em prol da saúde do planeta.

Mesmo com tantos detalhes, somos seres adaptáveis, e, à medida que encontrarmos alternativas saudáveis, será fácil para nós viver em outros lugares da galáxia.

Pensar sobre o assunto ainda traz à reflexão as inúmeras possibilidades de viver em outros planetas ou, quem sabe, descobrir novas dimensões.

O que será que encontraríamos ao morar no espaço? Será que começaríamos a abrir nossas mentes para a existência de vida fora daqui? Como você se sente imaginando essa jornada? Deixe sua opinião em nossos comentários.

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