O ambiente em que vivemos exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações íntimas e da consciência social.
Se a cultura é fundamental para a compreensão de diversos valores morais e éticos que guiam nosso comportamento social, entender como estes valores se internalizam em nós e como eles conduzem nossas emoções é um grande desafio.
A cultura é dinâmica, sofre mudanças, assim como nós
Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades. Por isso um ser humano que entende melhor a si mesmo e que procura entender o outro é capaz de produzir mudanças com efeitos culturais e sociais significativos, onde quer que ele atue. Os ganhos e perdas que sofremos durante a nossa existência assumem proporções diversas na nossa maneira de viver, de crescer e de evoluir.
Nosso instinto de recompensa pelos ganhos que conquistamos satisfaz as nossas necessidades físicas e acrescenta um efeito fortalecedor em nossas emoções. No entanto, quando estamos diante de quaisquer perdas, nosso instinto reativo é ativado fazendo com que valorizemos muito mais aquilo que podemos perder, seja em qualquer situação social.
Quando nos afastamos ou perdemos alguém que nos é muito importante sentimos “saudades”, que é a reação imediata de uma perda temporária ou definitiva. Quando nos afastamos ou perdemos alguém que nos é muito importante sentimos “saudades”, que é a reação imediata de uma perda temporária ou definitiva. Se pudéssemos faríamos qualquer coisa para recuperar quem perdemos. Por que então, quando nos perdemos de nós mesmos na imensidão da vida, não temos a mesma reação.
Nos preocupamos em não perder tempo, em não faltar com a nossa presença na vida daqueles que consideramos depender de nós, em corresponder aos projetos profissionais que se apresentam, em atender às expectativas e desejos dos outros para garantir nossa aceitação social, em abrir mão dos nossos sonhos e tempo pessoal para atingir metas que nem sempre são nossas.
Mas todas estas ações lentamente vão minando nossos sentimentos e causando um grande vácuo emocional e acumulando em nós uma grande escassez de nós mesmos.
“Para amar qualquer coisa, basta perceber que ela pode ser perdida”. G. K. Chesterton
Porque não nos amamos mais, porque não nos protegemos de nos perder de nós mesmos, porque insistimos sempre em ficar na “lanterna” de nossas próprias preocupações.
Como lidar com a “escassez” de nós mesmos, com a seca que vive dentro de nós, porque nos boicotamos, porque não nos importarmos em nos salvar. As doenças, os traumas, as decepções que sofremos, a perda de interesse pelo que ocorre dentro de nós faz com que nos afastemos de nós mesmos e entremos nos campos nebulosos do “não sentir”.
A dançaterapia, método criado pela bailarina argentina Maria Fux, vem nos oferecer a luz para a redescoberta da nossa essência, nos reconduzindo à dimensão da nossa própria grandeza, do equilíbrio e da autovalorização. A metodologia prevê vivências corporais a partir de estímulos simples, associados a escolhas musicais, que gradativamente nos oferecem a possibilidade de voltar a sentir, de reconhecer a nós mesmos, de compreender que precisamos nos reconectar, de afastar os nossos medos da perda e de nos reconduzir à dimensão do prazer de sermos quem desejamos ser.
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As vivências corporais propostas estão sempre ligadas ao movimento criativo e natural que habita todo ser humano, à afetividade, à sensibilidade e à emoção e são sempre marcadas pela descontração, pelo autoconhecimento e pela facilitação do entrosamento do grupo. Dança e movimento abrindo uma nova perspectiva de prosperidade, onde o primeiro solo a se tornar fértil precisa ser você mesmo. Experimente!
Texto escrito pela dançaterapeuta Silvana Jara Faciole, Terapeuta associada à Holoclinica.