Capítulo 35 – DIGA DUREZAS… DEPOIS!
Durezas precisam e devem ser ditas, o que depende da leitura que se faz da situação e dos envolvidos. Mas durezas… são durezas e, por isso, ásperas. Asperezas não fazem bem algum ao trato humano.
O que não se pode admitir é a hipótese de uma dureza causar dores acima do que o bom senso recomenda como razoável, que é algo que não sei bem precisar, porém insisto que sejam pedras do tamanho de montanhas que são atiradas no laguinho das nossas plácidas e delicadas emoções. E como não se sabe o que seja o “razoável” do desfiar de durezas nos pobres ouvidos dos demais nada mais prudente que evitar as durezas ou, pelo menos, adiar para mais tarde a sua manifestação para a pessoa que deva ser a causa ou mesmo mereça ouvi-las.
Faça TODA a diferença na vida das pessoas permitindo-se ponderar sobre as verdades que devam ser ditas, as durezas que ninguém gosta de saber que precisam e serão ditas, deixando para algumas horas, dias ou outro ponto na escala do tempo o momento de falar sobre as durezas: as pessoas gostarão mais ainda de você, um imenso alívio cobrirá seus sentidos internos pelo instante de sabedoria… e a humanidade agradece!
Recomenda-se a velha técnica de produzir um jarro de barro e pô-lo ao relento, e apenas quando estiver 100% seco, sem nadinha de umidade, é que se deve dizer as durezas para quem de direito. Há, também, a técnica mais moderninha de escrever um e-mail para o(a) infeliz que será alvo das durezas e caprichar nas palavras cortantes e nos temperos ácidos… e salvar o e-mail na pasta de RASCUNHOS do seu aplicativo e de vez em quando abrir o arquivo e procurar amenizar aqui e ali umas frases mais tortas e excluir algumas palavras em cujas veias corram pimenta e ácidos.
Nos dois casos, as durezas acabam ficando para depois, para a hora certa de serem ditas. Um grande amigo e sua esposa combinaram trocar as necessárias durezas verbais por “post-its” grudados na geladeira, registrando as durezas a serem ditas naqueles simpáticos papeizinhos, que, quando não caíam no chão, ficavam tão engraçados com os impropérios neles escritos que era apenas meia dúzia deles e PIMBA! a paz voltava a circundar o simpático casalzinho, que invariavelmente terminava com uma troca de durezas por troca de beijos, ais e uis entre lençóis (quando não era em cima da mesa da cozinha mesmo!)
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