O eminente psicólogo norte-americano Howard Gardner conceitua de Inteligências Múltiplas a diversidade intelectual e vocacional nos seres humanos, de acordo com as expressões individuais mais acentuadas. De acordo com o grande pensador, todos temos uma habilidade mais desenvolvida – chamemos de tendências e aptidões – e que se encaixa em uma das “inteligências” que ele propõe: Linguística; Musical; Lógica/Matemática; Visual/Espacial; Corporal/Cinestésica; Interpessoal; Intrapessoal e Naturalista.
Também já se encontram bem desenvolvidos, nos dias de hoje, os conceitos das Inteligências Emocional e Espiritual. A doutrina espírita, através dos espíritos superiores, explica que os espíritos são criados simples e ignorantes, tendo por objetivo a perfeição, sem exceções, e que as diferenças existentes entre os seres humanos são resultantes do uso do livre-arbítrio através das experiências reencarnatórias que tenha experimentado.
Em algumas ocasiões, por conta do mau uso de seus atributos intelectivos, o espírito reencarna com determinadas restrições na constituição corporal, que impedem a exteriorização das potencialidades já desenvolvidas anteriormente. Isto explica a maioria dos casos de insuficiência mental.
Há, portanto, um trajeto a ser percorrido, e a esse movimento chamamos de progresso, que a doutrina espírita diz ser uma das leis naturais, a lei do progresso, que se encontra exteriorizada na terceira parte de O Livro dos Espíritos. Para que o progresso individual se dê com maior proveito – estamos falando de progresso interior – convém ao homem observar suas vocações, tendências e aptidões, corrigindo as negativas e desenvolvendo as positivas. É para isso que reencarnamos.
Para isso, todos precisamos nos autoconhecer, ou seja, olhar para dentro de nós mesmos em processo analítico honesto, utilizando-se de uma referência onde se possa espelhar.
Para a doutrina espírita, a melhor referência é Nosso Senhor Jesus Cristo, na observância dos Seus ensinos.
Ocorre que, por comodismo, ou falta de confiança – duas características da inferioridade espiritual – estaciona-se, perdendo as oportunidades que a Divina Providência fornece para o nosso próprio desenvolvimento. Para o comodismo, frequentemente o incentivo é a “dor”. Afinal de contas, “quem não vai pelo amor, vai pela dor”, diz o ditado popular. É a dor-evolução.
Para a falta de confiança, o esclarecimento é fundamental
O grande cientista da educação Alfred Binet se pronunciou a respeito das barreiras que se interpõem ao progresso individual: “Com a prática, o treinamento e, acima de tudo, o método, conseguimos aumentar nossa atenção, nossa memória, nosso julgamento e, literalmente, nos tornar mais inteligentes do que antes.” O espírito sempre terá possibilidades de progredir, se desenvolver um mínimo de boa vontade.
De qualquer forma, como o espírito sempre experimentará o resultado de suas escolhas, mais cedo ou mais tarde escolherá o crescimento interior por condição única para a percepção da felicidade, conforme explicam os benfeitores espirituais em O Livro dos Espíritos:
“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor se pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o espírito volta à vida espiritual, diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o espírito que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará por levá-lo a reparar as suas faltas dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu.
Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que às vezes vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Na nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o espírito se eleva e ascende na hierarquia dos espíritos, ao voltar para o meio deles.”
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Elevar-se na hierarquia espiritual significa experimentar a felicidade em sentido perene.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
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