Capítulo 37 – Cara de paisagem, às vezes, ajuda muito a evitar saias justas!
Mas o que é, afinal, “cara de paisagem”? Uma expressão informal, que serve para designar aquela carinha que fazemos quando nossa opção é fingir que não estamos entendendo o que se passa nas situações constrangedoras, muitíssimo comuns na vida moderna em que parecem estar soltos os demoninhos especializados em remeter as pessoas para os atritos sem graça, mas com muita chateação.
Pense! Convém deixar-se envolver na situação de tensão? Você tem algo a ganhar, você ficará melhor depois de se arranhar nos arames farpados dessas situações? A outra pessoa ficará melhor? Vale realmente a pena estragar seu dia ou sua noite com as miudezas relacionais que repercutem como mil bombas em seu bem-estar? Certamente NÃO!
Faça uma grande diferença na vida das pessoas não entrando nas armadilhas psicológicas que são por elas interpostas, mesmo que sem intencionar algum prejuízo para você, atento(a) e estimado(a) leitor(a), certamente uma pessoa que fez opção por ser feliz e não carregar as infelicidades dos outros.
Libere um pouco do seu talento teatral e finja que não viu e nem ouviu nada, deixe que se desenhe em seu rosto uma expressão de “desligamento” ou “desconexão”. Não fará mal algum, não estragará a maquiagem, muito menos criará rugas e essas mazelas que atormentam mais que os demoninhos retromencionados.
Ajude as pessoas e faça uma diferença grande em suas vidas, evitando elevar a temperatura emocional em determinadas situações apenas fingindo que “não é comigo”, outra versão para o inteligente comportamento preventivo de encrencas que nada tem de escapismo ou omissão. Ao contrário, tem tudo do que se defende nos conceitos de inteligência emocional.
Ah…sim…deve ser destacado que “cara de paisagem” é também uma boa estratégia para esfriar a cabeça e pensar um pouco sobre eventuais respostas. Lembre-se!
Campeões de “cara de paisagem”… quando lhes convém: policial militar na linha de frente da proteção de espaços e patrimônio público, contendo uma chusma de manifestantes encolerizados e lhes despejando palavrões e insultos de toda ordem, ou o porteiro-chefe de entrada de casa noturna da moda, ouvindo os gritos de jovens forçando a entrada na louca, ou a atendente do SUS ouvindo discursos indignados dos pacientes, ou a carinha de todos, no pós-almoço de domingo, quando é feita a pergunta fatal: “Quem vai lavar a louça?”
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