Capítulo 46 – PRATIQUE A EMPATIA!
Meter-se nos sapatos do outro, eis uma bela definição para empatia, com todo o respeito pelos tratamentos conceituais de que podemos dispor nas vertentes psicanalíticas e psicológicas.
E a simplicidade nesse caso é que dá a grandeza para a prática da empatia, lamentavelmente pouco ensinada na dita educação infantil e muito menos ainda nos longos e tediosos anos de regras gramaticais, inversão de sinais nas equações e memorização da tabela periódica dos elementos.
Seria, de fato, verdadeiramente educativo para a vida se as crianças pudessem entender o poder da prática da empatia desde bem cedo, aprendendo a sentir pelas demais e a reconhecer que todos sentem, não apenas elas e seus egoísticos modos de pensar.
É preciso esforço no modo de entender o que se passa com os interlocutores, como absorvem e porque reagem às palavras, expressões, críticas e julgamentos que são a regra geral na agitada vida desses tempos de muita poeira, turbulência e ruídos relacionais e, na proporção inversa, de pouco espaço para reflexão sobre como o outro funciona. E não há empatia alguma, porque o julgamento e a incompreensão vêm antes e congestionam os canais de percepção do outro e o ciclo perverso se retroalimenta e renasce néscio em tamanho e fervente em manifestações, afastando mais e mais as pessoas umas das outras e ocupando o espaço com mais razões e sedimentos para o afastamento.
Faça uma diferença abençoada na vida das pessoas do seu convívio procurando entender como tudo repercute em seus interiores (medos, inseguranças, lembranças dolorosas e perdas dramáticas) e estará praticando a arte da empatia, ajudando-as a, no mínimo, não ter aumentadas as pancadas que chegam com as ações de quem não conhece e respeita as suas singularidades.
Foi até que fácil resolver o grave problema das queixas, reclamações e processos judiciais em uma empresa de transportes coletivos que respondia por longas e congestionadas linhas entre bairros da periferia e o centro administrativo de uma grande cidade. Os passageiros faziam até caravanas para ir reclamar nos portões da garagem da empresa. E o alvo era o mesmo: as arrancadas, freadas, curvas fechadas e zigue-zague dos “ases do volante”, fazendo com que os passageiros fossem atirados para todos os lados dentro dos ônibus, ocasionando as consequentes quedas, escoriações e demais desconfortos.
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O consultor contratado para diagnosticar os aspectos comportamentais da situação sugeriu que todos os motoristas fossem espremidos dentro de dois ou três ônibus e que estes fossem conduzidos da mesma forma como faziam em suas jornadas de trabalho. Detalhe importante: ACOMPANHADOS POR SUAS ESPOSAS, COMPANHEIRAS OU NAMORADAS!
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