CAPÍTULO 50 – TOLERE AS ESQUISITICES!
É difícil, mas as relações harmoniosas e enriquecedoras exigem que, além das singularidades naturais nas pessoas, tenhamos que aprender o tenaz exercício da tolerância: tolerar as esquisitices das pessoas, as mesmas ou parecidas de que somos portadores, na verdade, é um desafio imenso.
Quando as pessoas entram em nossa vida, elas vêm com tudo e sem manual de funcionamento ou de especificações: virtudes encantadoras e defeitinhos que variam entre o tenebroso e o apenas irritante, sabe-se disso, fazem parte do “pacote” e temos que aceitá-lo e aprender a lidar com ele e seus conteúdos. As esquisitices estão dentro dele, conformemo-nos!
Já que não podemos remover as esquisitices das pessoas, porque certamente estamos sob o peso das nossas, é mais inteligente suportar com paciência ou, em casos extremos, com estoicismo, todas as pulsações esquisitas nas pessoas e jamais censurá-las ou insistir no sentido de que sejam removidas. Jamais se deve recomendar um amigo psicólogo para as pessoas tratarem das suas esquisitices, tenha muito cuidado!
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Faça uma diferença com SABEDORIA E SENSIBILIDADE, respeitando as esquisitices de cada um e de todos, buscando contorná-las, e não se deixe afetar, o que mais cedo ou mais tarde será percebido e reconhecido pelas pessoas, e elas o terão como digno de figurar no panteão das pessoas muito especiais, superqueridas!
Eis algumas esquisitices de pessoas inesquecíveis que transitaram em minha vida e algumas ainda estão reinando nela. Posso começar pela amiga que sempre estava com péssimo humor até por volta das 14h e uma tempestade de alegrias a seguir; outra amiga, uma delicada criatura até sentar-se ao volante… quando então se transmutava num monstro de conduta agressiva e palavrões que nem nas arquibancadas de futebol eram ouvidos; um saudoso amigo que comia primeiro a sobremesa e depois a refeição, alegando que assim os açúcares da refeição seriam “queimados” mais rápido;
um amigo/cliente que não conseguia engrenar a primeira marcha do dia enquanto não soltasse um grito igual ao do Tarzã, que ele dizia ser o seu vitalizador inicial; um vizinho que mandou fazer uma capa de flanela para seu carro porque, segundo sua esquisita cientificidade, “a flanela faria descarregar a energia estática que atrai acidentes”; e encerro este desfiar de esquisitices de gente muito querida evocando a mais esquisita: ninguém podia tocar na maçaneta das portas da casa, dos banheiros inclusive, se não fosse membro da família e, havendo essa transgressão, o amigo dono da casa, contudo um perfeito “hostess”, imediatamente limpava a maçaneta “profanada” com água de umas garrafinhas “fluidificadas” durante 24 horas pelo menos no espaço próprio da igreja que ele frequentava.