Em tempos de transformações tão explícitas no planeta e na humanidade, é de suma importância abordarmos o ‘funcionamento do invisível na natureza’, para refletirmos sobre o poder de ação de cada indivíduo e sua interferência na trajetória do coletivo.
A Teoria do Campo Mórfico explica o que é um sistema e como ele funciona.
Em 1981, o biólogo e bioquímico Rupert Sheldrake, eleito como um dos 100 maiores líderes globais em 2013 pelo Instituto Duttweiler em Zurique, na Suíça, lançou os livros “Hipótese da Ressonância Mórfica” e “Uma Nova Ciência da Vida”, contendo sua Teoria Geral de Sistemas, além de uma série de formulações holísticas, passíveis de demonstração, que ajudaram a compreender como os organismos adotam as suas formas e seus comportamentos característicos.
Segundo o cientista, cada entidade de átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares e galáxias estaria associada a um campo mórfico específico que, distribuído imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conecta e organiza todos às unidades a eles associadas.
Para facilitar o entendimento da Teoria dos Sistemas, Ken Keynes Junior escreveu uma fábula alegórica exemplificando o funcionamento do campo mórfico: a fábula do centésimo macaco. Você já ouviu falar?
Os campos mórficos seriam, então, estruturas modeladoras da forma e do comportamento de todos os sistemas do mundo físico.
A história se inicia narrando a realização de uma pesquisa científica em uma ilha isolada na China para avaliar os hábitos alimentares de macacos. Keynes conta que era do conhecimento de todos os pesquisadores o comportamento alimentar habitual dos animais de levarem diretamente à boca as batatas-doces oferecidas para comer. Porém, certa vez, um macaquinho resolveu fazer diferente: levou a batata ao mar para lavá-la antes de comer. Assim, pouco a pouco, os cientistas notaram alguns dos outros macacos da ilha repetindo o mesmo movimento daquele filhote e, com o passar do tempo, observaram uma modificação completa dos hábitos a partir da aderência do centésimo macaco ao novo comportamento. Assim, todos os mais de mil macacos da ilha passaram a lavar a batata também, antes de comerem. No entanto, o mais surpreendente ocorreu na análise de macacos situados em outras ilhas distantes daquela, onde esses, sem terem tido contato algum com os da primeira ilha chinesa, também passaram a lavar a batata no mar antes de a ingerirem.
Dessa maneira, conclui-se que a partir de uma simples iniciativa de um indivíduo e da adesão de um número preciso, neste caso, de 100 macacos, todo um sistema comportamental foi alterado e isso devido à conexão por um campo mórfico organizador de todos os seus componentes.
A teoria de Kupert na história de Keeynes abrange a Biologia, porém seu mecanismo extrapola para as áreas da Psicologia e Física, demonstrando objetivamente a responsabilidade de um comportamento individual e o quanto nós, seres humanos, estamos a todo tempo influenciando a operacionalização da vida e por ela sendo influenciados.
Diante de um mundão cada vez menor e sempre recheado de benéficos ou prejudiciais movimentos, incentivos e estímulos, conceitos e práticas ideais, vale refletir qual tem sido a nossa iniciativa particular. Qual tem sido a nossa vibração preponderante e onde ela ‘levará’ a todos ao seu redor?
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Chegar a uma percepção dessas não é nada simples, por isso mesmo tal consciência de funcionamento do sistema é importante, de modo a auxiliar o administrar e o refletir individual e coletivo sobre o que estamos fazendo a cada momento, pois somos natureza poderosa e por ela somos regidos.