CAPÍTULO 53 – CORRA O RISCO DE PERDER O(A) AMIGO(A) MAS NÃO DEIXE QUE ELE(A) SE PERCA!
É preciso ser MUITO amigo, mas MUITO AMIGO MESMO, para optar pelo risco da perda de uma amizade, como consequência da firme atitude de não avalizar eventual escolha errada por parte de um amigo.
As pessoas mais próximas de nós por vezes pedem conselhos que não acatam ou confidenciam possíveis falcatruas ou atos ilícitos, na esperança de receber o “sinal verde”. E elas agem assim de forma deliberada, com plena consciência do que fazem e se mostram aborrecidas quando contrariadas. E devem ser contrariadas pelos verdadeiros amigos!
Jamais transigir com o ilícito, o imoral, o questionável como princípio de vida e MUITO MAIS quando se tratar de proteger a vida dos que nos são caros, dos mais queridos, de gente a quem devemos amparar e ser firmes quando necessário.
Ser a diferença na vida de uma pessoa é, também, lhes retirar o apoio na prática do inaceitável e mostrar o quanto possa doer a recusa no aval do errado e a grande dor que se segue a perdê-la como amiga se for necessário.
Meu amigo Espanador (magro, alto e cabeludo demais…) era uma pessoa de convicções fortes e não cedia um milímetro na defesa do que era por ele entendido como o certo, principalmente dentro do bar temático que havia montado e que administrava de quarta-feira a sábado, a partir das 14:00 horas e até a hora que o último bebum era despachado para casa, por via do serviço de táxis conveniados.
No bar do Espanador, a paquera rolava solta e feliz, e no ar interno tinha mais moléculas de etílicos que de oxigênio. Era lugar para “fazer e refazer rolos”, segundo seu poderoso dono, que entendia por “rolo” toda e qualquer forma de relacionamento que visasse a felicidade. Numa das paredes reinavam dois quadros bem grandes, encimados por um foco de luz bem direto, potente o suficiente para permitir a leitura.
Em um estavam as fotos e nomes de ex-frequentadores que tinham ido para filial do bar “no andar de cima”, que era uma forma bem humorada de prestar homenagens aos amigos que deixaram saudades.
No outro quadro estavam anotadas em letra manuscrita as iniciais e datas respectivas de amigos frequentadores que foram perdidos porque o Espanador havia se recusado a lhes entregar as chaves dos carros, pelo estado de embriaguez ou tirado à força as drogas das mãos dos que intencionavam usá-las no banheiro. E ele mostrava os dois quadros para todos os novos frequentadores e deles sempre recebia efusivos cumprimentos pela atitude.
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