CAPÍTULO 62 – FINJA QUE NÃO VIU!
Não é da sua conta? Não lhe diz respeito? Não lhe foi pedida a sua opinião? Não recebeu intimação para depor diante da Justiça? Não é dever de cidadania relatar o que tenha visto? Então deixe para lá, não se meta onde não for chamado(a) a fazê-lo e cuide do que lhe disser respeito. Eis aí uma boa e realística opção de conduta!
Temos fortes inclinações a invadir o espaço das demais pessoas, movidos por um impulso inconsciente ou mesmo por deficiências educacionais. De uma forma ou outra, isso não é bom! É de bom tom ignorar o que não é de nossa responsabilidade, e isso não pode ser confundido com omissão, porque esse ato representa muito na qualidade dos relacionamentos: ninguém gosta de constatar que alguém anda “metendo a colher no angú que não lhe pertença”.
Procure agir sob o império do bom senso, combinado-o com a observância das regras de boas maneiras e dos bons costumes e sempre fixando atenção no espaço de liberdade da outra pessoa, que é, como sempre, sagrado, íntimo e inviolável!
Faça uma bela diferença na vida das pessoas ao mostrar-lhes que sabe respeitar a individualidade e que seu padrão de conduta é bem-resolvido a esse respeito.
Historinha que bem representa o “FINJA QUE NÃO VIU”: Fulano deparou com a esposa do Sicrano em determinado lugar público trocando beijinhos e abracinhos com outro cavalheiro.
Em casa, não conseguia dormir, atormentado pelo dilema contido na dúvida entre calar-se ou comentar sobre o ocorrido com o Sicrano.
Quando comentou o sucedido com sua esposa, logo pela manhã, na mesa do café, pedindo-lhe que o ajudasse a decidir, dela ouviu, após terminar o café que tomava e uma longa pausa para pensar e inspecionar algumas unhas:
“Olha, meu rei, se você tiver sido nomeado fiscal do comportamento das pessoas ou sentir-se obrigado a proteger seu amigo ou, mais ainda, entender que jamais, em tempo algum, daria uma pulada de cerca, você vai lá e “dedura” a esposa do carinha! Agora, se você acredita no viva e deixe viver, não é dos que protegem os do mesmo gênero só por causa dessa bobagem de proteger os iguais ou não se dispõe a condenar por pecado que possa cometer, cale a rica boquinha e vá lavar a louça, porque hoje é o seu dia, tá lembrado, fofinho?”.
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