Para trocar verdadeiramente de pele é necessário mudar o que vem antes da pele: lá dentro! Onde ninguém vê e poucos conseguem tocar. É necessário coragem e abandono. É necessário dor e ranger de dentes. Transformação indolor quase não existe.
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Experimente jogar tinta branca no óbvio colorido. Tire os quadros todos da parede, arranque as fotos, arraste os móveis, encaixote os velhos livros: coloque o que parece essencial em segundo – em terceiro plano. Em primeiro plano não coloque nada. Absolutamente nada. Porque às vezes é só no absoluto vazio que a clareza vem. Feito isso, sente-se e medite profundamente. E agora? O que você precisa ser? Agora que está tudo vazio, branco e em silêncio. Agora que se teve loucura ou coragem para deixar invisíveis as empoeiradas paixões; os hábitos; os vícios. Agora que você desconstruiu o seu mundo perfeito e estável, o que você sente além da insegurança natural que causa a verdadeira (eu disse verdadeira) liberdade?
Pois é partir daí, meu caro. Exatamente a partir daí: do ponto quase zero, do livre, da amplidão, da sala vazia e ouvindo nitidamente o seu eco, que você reinventa a si mesmo.