“Quando eu não sei onde guardei um papel importante e a procura revela-se inútil, pergunto-me: ‘se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria?’ Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão pressionada pela frase ‘se eu fosse eu’, que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar, diria melhor SENTIR.
E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.
Acho que se eu fosse realmente eu, os amigos não me cumprimentariam na rua, porque até minha fisionomia teria mudado. Como? Não sei.
Metade das coisas que eu faria se eu fosse eu não posso contar. Acho por exemplo que por um certo motivo eu terminaria presa na cadeia. E se eu fosse eu daria tudo que é meu e confiaria o futuro ao futuro.
‘Se eu fosse eu’ parece representar o nosso maior perigo de viver, parece a entrada nova no desconhecido.
No entanto tenho a intuição de que, passadas as primeiras chamadas loucuras da festa que seria, teríamos enfim a experiência do mundo. Bem sei, experimentaríamos enfim em pleno a dor do mundo. E a nossa dor, aquela que aprendemos a não sentir. Mas também seríamos por vezes tomados de um êxtase de alegria pura e legítima que mal posso adivinhar. Não, acho que já estou de algum modo adivinhando, porque me senti sorrindo e também senti uma espécie de pudor que se tem diante do que é grande demais.”
(Clarice Lispector, “Se eu fosse eu”)
Estimados, comecemos com o nosso ciclo sobre programação neurolinguística além das fronteiras. Aqui quero abordar os diversos temas relacionados ao assunto, suas muitas aplicações em áreas como saúde, educação, direito e entorno laboral. Vem comigo?!
Nosso cérebro é uma máquina. Quando digo máquina, refiro-me à ação de armazenar pensamentos, ações, ilusões, sentimentos, emoções no geral e tudo o que se pode relacionar com a inteligência emocional. Somos o reflexo do que pensamos e agimos, e antes de qualquer ação a máquina, ou seja, o cérebro deve estar em perfeitas condições de uso e obviamente sendo devidamente recarregado e bem cuidado.
E como tornar isso possível?
Uma vida sã e prazerosa tem muito a ver com a maneira que escolhemos dentre as diversas opções que a vida nos oferece; a cada momento temos de estar preparados para uma decisão a tomar, uma escolha a ser feita, uma ordem a ser dada ou acatada e por aí o ciclo da vida inicia-se até o momento de encerrar-se naturalmente. O que vai determinar a maneira com a qual você encerra cada ciclo rotineiro em sua vida vai depender única e exclusivamente de você, de seu fator emocional. Essa é a inteligência emocional e vamos entender o porquê de ser tão importante para fluir positivamente em sua vida e assim refletir em harmonia com aqueles que estão à sua volta, facilitando e aprimorando a sua comunicação e expressão com o mundo.
Minha história com a PNL
Iniciei os meus estudos aos 17 anos. Naquele tempo, lembro-me de uma professora, que me apresentou a PNL, ter dito sobre sua importância na tomada de decisões, na vida cotidiana ao sabermos lidar com decepções e outros tipos de emoções e para nosso autoconhecimento. Aos 17 anos eu não tinha “lá” problemas ou questões profundas que hoje, aos 41, necessitavam de doses extras de paciência, de coragem, ou problemas que pudessem me tirar o sono, mas lembro-me de seus efeitos positivos já notados nos primeiros meses, com as decisões que eu deveria tomar no que dizia respeito à carreira a escolher, os dilemas típicos de uma jovem se preparando para a maioridade e coisas mais amenas. Lembro-me de alguns exercícios de reprogramação que me auxiliaram e me despertaram para certas habilidades, que até então eu não as compreendia em sua totalidade, como a facilidade de compreensão de idiomas e a comunicação, por exemplo, caminhos que mais adiante eu decidi seguir.
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Durante o processo de estudos e exercícios, o mais interessante na minha opinião é o “conhecer-se novamente”, de uma outra perspectiva, quase um “muito prazer, você mesmo” porque a sensação de descoberta é tão gratificante e surpreendente que você desperta para algo bom em sua vida. Lembro-me também de um companheiro de estudos que, assim como eu, tornou-se canhoto após alguns exercícios, porque estava tão interessante “essa coisa” de redescobertas e “fazer o que nunca se tinha feito” que o céu nos parecia o limite!
Um dos exercícios que mais gostávamos de praticar era assim “o que eu faria se eu fosse eu”, parafraseando um texto lindo da Clarice Lispector…. aí praticávamos comprando peças de roupas nas cores que nunca havíamos comprado, modelos que até então nunca havíamos escolhido, mudávamos para mudar nosso pensamento diante daquilo que víamos: se algum dia, uma camiseta amarela nos lembrava o “piu-piu”, naquele dia em que a vestimos, nos parecia uma saudação ao sol… rs; passamos a experimentar novos sabores e a nos desapegarmos de antigos padrões de comportamento, e assim a vida fluía de uma outra perspectiva, sob um novo olhar e através de um óculos de sol com lentes “coloridas”.
Afinal, o que é a PNL?
Criada por Richard Bandler e John Grinder, na Califórnia, EUA, nos anos 70, seus criadores creem que há uma conexão entre os procedimentos neurológicos, a linguagem e os padrões de comportamento que aprendemos ao longo do tempo.
Para embasarem-se nesse estudo, três professores foram estudados: Fritz Perls, Virginia Satir e Milton Ericksson, sendo assim notório por parte dos estudiosos Richard e John que esses três mestres possuíam certas habilidades de comunicação especiais, habilidades estas que lhes permitiam obter resultados mais eficazes junto a seus pacientes. Assim, Richard e John criaram um conjunto de ferramentas que mais adiante nomearam como “programação neurolinguística”.
Se você busca resultados diferentes, não faça sempre o mesmo.”
(Albert Einstein)
Isso já aconteceu e acontece a todos nós: diante de determinada situação, reagimos de imediato e logo depois nos perguntamos o porquê de havermos agido assim, e porque não de outra maneira; poderíamos ter sido mais amenos, ou por vezes mais enfáticos, ou assertivos etc.; mas a maneira de agirmos ou reagirmos diante de cada situação é um processo decorrente do que está armazenado em nosso cérebro, como se fosse um mapa neurológico, sabe?
Boa semana, adiante sempre e aquela força!