Autoconhecimento Comportamento

Resgate a criança presente em seu interior e viva melhor

Ilustração de mulher com sua criança interior no meio da figura do seu corpo.
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Você já parou para refletir sobre o quanto possuir uma criança em nosso interior nos auxilia ao longo da vida? Assim como as crianças podem nos gerar um bem danado quando estão ao nosso redor, nós mesmos podemos ter um espírito saudável se mantivermos acesa a fogueira da infância, da pureza, da inocência e até da aventura dentro da gente. Neste Dia da Infância, 24 de agosto, este assunto é muito importante para que saibamos encontrar este poder em nós mesmos e passemos a viver de forma mais leve e sorridente.

Apesar de todas as responsabilidades com trabalho, casa, família, estudos e círculos sociais e até os problemas para lidar com a falta de tempo para se desdobrar em meio a tudo isso, é possível resgatar o brilho que há dentro de cada um de nós ao notarmos os pequenos gestos das crianças e os levarmos para nossa rotina, como enxergar a felicidade nas coisas simples, se divertir sem medo do que os outros irão pensar e o mais importante: ser você mesmo. Até porque é muito difícil, ou quase impossível, ver uma criança que finja ser quem ela não é, certo? Estes passos parecem bobos, mas trazem diversos benefícios para nossa saúde mental, principalmente por diminuir os níveis de estresse.

Mesmo quando já somos gente grande – ou melhor, adultos -, a criança que fomos ou a infância que tivemos representa uma grande parte de nosso ser, por ser a fase em que aprendemos tanta coisa e também quando descobrimos nós mesmos como seres pensantes e peculiares, até nos tornamos seres críticos. Portanto muito do que aconteceu quando éramos pequenos acaba nos influenciando em decisões e sentimentos até os dias atuais, o que pode acabar alterando nossa forma de ver e reagir a determinados acontecimentos. Já que nosso “eu” mais novo está sempre presente, é uma ótima pedida aprender a lidar com ele e compreender possíveis traumas do passado para superá-los e ser uma pessoa melhor mesmo depois de ter crescido.

criança assustada

É por isso que experiências ruins na infância, como o divórcio dos pais, abusos físicos ou morais etc. podem acarretar problemas psicológicos lá na futuro – ou no presente. Para garantir um bom desenvolvimento depois de adulto, a criança que passou por estas situações e ainda está “presa” no interior da pessoa deve ter este ponto trabalhado. Uma criança interior bem cuidada faz com que o adulto tome somente as melhores decisões em sua vida, em diversas áreas de convivência, sabendo a forma de alcançar o equilíbrio necessário entre razão e emoção, o que acaba sendo a base para tocar uma vida mais alegre e menos angustiante, com menos receios e obstáculos internos.

Embora os traumas permaneçam em nossas mentes em forma de memórias um tanto desagradáveis, ignorar não é nem de longe o melhor meio para superar. É preciso compreender o que a sua criança interior pode ter passado e que a tenha deixado magoada no passado. De acordo com especialistas, curar a criança interior é um dos passos fundamentais no processo de autoconhecimento, pois ela nos ajuda a reencontrar a nossa essência e a tornar a jornada da vida mais tranquila. E recomendam os seguintes passos para se conectar com a criança que existe dentro de você: voltar a dar vida às coisas e não ter medo se isso significa que você falará sozinho; resgatar sua comida, música, lugares e passeios favoritos da sua infância; rever fotos, para lembrar de momentos que resgatem o sentimento de felicidade.

meditação com criança na natureza - criança interior

Depois destes “primeiros contatos”, existem diversos meios, como meditações guiadas, vídeos, reflexões, trilhas e mantras que te ajudarão a reencontrar a sua criança interior e se autodesenvolver cada vez mais, para curar as feridas emocionais que você nem mesmo se lembrava de ainda estarem abertas. Assim, passe a se sentir livre e pronto para levar a vida da melhor forma possível. Permita-se olhar com carinho e lembrar da criança que foi um dia e que ainda existe dentro de você. Sinceramente, ela sentiria orgulho do adulto que você se tornou?

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Se a resposta for negativa, há muito o que se pensar. É importante sempre lembrar que todos temos dentro de nós a criança que fomos um dia. Cuidar desta criança interior é vital para nosso desenvolvimento emocional e para manter uma autoestima e uma vida saudável. Para completar, acompanhe esta meditação guiada para trazer de volta o bem-estar interior de que você necessita:

O primeiro passo é imaginar a sua infância, você deve mergulhar profundamente nas suas memórias e se identificar em épocas distantes; lembrar, primeiramente, do aspecto físico e depois da personalidade e do pessoal, além da época de quando você estava nos primeiros anos da escola, com cerca de 7 ou 8 anos. Se for difícil lembrar disso, até porque ninguém tem um HD interno que nos possibilita abrir os arquivos e vê-los, você pode pescar algumas fotos antigas para refrescar a sua memória e, automaticamente, perceberá como as lembranças vão voltando, até mesmo aquelas de momentos que não foram fotografados. Atente-se ao máximo de detalhes e lembranças que puder e parta para o passo número dois.

mulher meditando

Depois desta pequena introdução, é importante que você continue tendo em mente a sua imagem e as suas lembranças de quando era pequeno; é hora de fazer um exercício de imaginação, sempre visualizando a si mesmo. Também é interessante fazer um trabalho com a respiração, como se estivesse meditando. Depois que se sentir relaxado o suficiente e pronto, imagine-se quando criança, no seu quarto: o que você fazia quando estava lá, naquele espaço tão íntimo? Imagine essa fase da infância, veja o passado em sua mente e lembre-se de cada particularidade. Quais móveis faziam parte do seu quarto? Quais eram as cores? Qual era a vista da janela? O que você jogava ou usava para brincar?

Nesta parte do resgate, quanto mais detalhes reais você trouxer para a sua imaginação no presente, melhor efeito causará o exercício; não importa se fazem 10, 20, 30, 40 anos ou mais desde que você viveu isso tudo. Agora imagine a si mesmo como você é agora, no presente, entrando no quarto que você tinha quando era pequeno. Você abre a porta, permite-se sentir a textura da madeira, a maçaneta fria e vê uma criança quieta, insegura, em algum momento de conturbação. Quando a criança levanta a cabeça, você percebe que é você mesmo quando era pequeno. No quarto está você, exatamente como você é atualmente, acompanhado por uma criança, que também é você, mas em sua fase de infância. Pode parecer confuso, mas quando você se permite e abre a sua mente para este exercício, é possível curar as suas feridas do passado, que estão intrínsecas ao seu jeito de ser antes ou agora.

criança meditando

Seu eu adulto pode tratar, conversar, dar carinho e atenção à criança que foi um dia, usando a imaginação, aproximando-se dessa criança machucada, sensível, receosa. Pergunte o que houve com ela e o que a deixou triste daquela forma. Depois de ouvi-la e de demonstrar se importar com seus problemas, mesmo que pareçam bobos para você no presente, coloque-se no lugar que você já esteve um dia e compreenda todos os sentimentos e angústias que aquilo pode ter causado, impactando sua vida até hoje, o dia em que você decidiu que isso mudaria. Demonstre afeto, lhe dê proteção, apoio e amor. Trate seu eu criança como você teria gostado que lhe tratassem na infância. O que faltou para você, talvez por parte da sua família ou dos amigos?

No último e um dos mais importantes passos, você praticará o segredo de viver uma vida mais leve: a compreensão. Aproveite este tempo com a sua fase criança e abrace-a forte, com sinceridade, e diga que ficará tudo bem, que você cuidará dela e que estará sempre no coração dela quando ela precisar. Deixe claro que você a aceita como ela é. Brinque com ela, divirta-a e deixe que aflore sua espontaneidade. Continue imaginando e visualizando para que você leve sua criança aonde ela – ou melhor você – gosta, relembre suas comidas preferidas da época e o que mais te deixava feliz fazendo. Que capricho desejava e não pôde ter? Quais afetos lhe faltaram? É a hora de pensar em tudo isso e de fazer acontecer. Saiam e aproveite para se divertir juntos consigo mesmo. Quando sua criança interior se sentir motivada e alegre, volte ao quarto. Deixe-a ali, a salvo, e se despeça dela, enfatizando mais uma vez que você sempre estará ali.

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