Para início de conversa, poluição pode ser um conjunto de fatores (ou apenas um) que influencia negativamente o meio ambiente, a natureza e, consequentemente, todos os seres que vivem na Terra e que dependem desse ecossistema funcionando minimamente bem, de forma equilibrada. Fato curioso: poluição vem do verbo latino “polluere”, que quer dizer “sujar” ou “tornar impuro”, ou seja, é a inserção no ecossistema de qualquer substância que normalmente não existe nele. Mas não é só aquele lixo acumulado nas ruas e nos córregos que é considerado poluição não, viu?! O engraçado é que a poluição foi “criada” pelo homem e afeta diretamente este indivíduo peculiar que acha que não tem nada a ver com isso.
Portanto, para virar expert, deixar a ignorância e a cabecinha fechada de lado e ajudar no combate à poluição, é importante considerarmos que há vários tipos de poluição, sendo os mais comuns os seguintes:
- Poluição atmosférica: envolve a poluição do ar em geral, causada principalmente pela emissão de poluentes tóxicos pelas chaminés das fábricas e também pelo escapamento dos veículos. Essa poluição tem a ver com o agravamento do efeito estufa (fenômeno climático e atmosférico responsável pela retenção do calor proveniente dos raios solares) e pelo surgimento de chuva ácida;
- Poluição das águas: advinda do despejo de resíduos urbanos em rios e lagos, esta poluição se caracteriza pela degradação dos recursos hídricos, resultando na poluição de lagos, rios, córregos e também dos mares e dos oceanos;
- Poluição dos solos: ocorre por meio da contaminação ou da poluição generalizada dos solos, afetando atividades econômicas e também o ambiente ao redor. Ela é causada, principalmente, pelo descarte inadequado de lixo e pela contaminação do solo por produtos agrícolas, como agrotóxicos;
- Poluição sonora: esta é comum nos ambientes urbanos ou com grande aglomeração de pessoas, que geram um excessivo barulho, principalmente no trânsito, com equipamentos de construção e outros. Apesar de parecer inofensiva, esta poluição gera problemas cardíacos, estresse e mau humor;
- Poluição visual: é causada pelo excesso de publicidades em cartazes, outdoors, placas e outros espalhados nos ambientes urbanos, caracterizando a grande concentração de estímulos visuais. Também causa estresse, além de poder ser o agente responsável por acidentes de trânsito;
- Poluição radioativa: é aquela causada pela liberação de algum tipo de radiação. Você se lembra do trágico caso de Chernobyl? Pois é… Esse tipo de poluição está associado a danos sérios à saúde da população afetada, como lesões em tecidos e órgãos, surgimento de tumores e mutações.
A Lei nº 6.938, instituída em 31 de agosto de 1981 e que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, considera poluição a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente, prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem desfavoravelmente a biota (conjunto de todos os seres vivos de uma região); afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Ou seja, para quem achava que poluição sonora e poluição visual não poderiam ser entendidas como tal, fica aí a prova de que oficialmente podem.
Embora muita gente não saiba ou não se dê conta, a poluição (em suas mais diversas faces) afeta de forma grave nossa saúde, seja ela física ou mental. Falando em saúde física, um dos maiores perigos que corremos e ao qual estamos expostos quase que diariamente são as partículas microscópicas conhecidas como PM2,5, emitida pelos escapamentos e pelos pneus dos carros. Elas muitas vezes passam despercebida por se encontrarem no ar e ser invisível. Cada partícula dessa tem menos de um micrômetro de diâmetro, ou seja, é 20 vezes menor do que um grão de areia e, tendo este tamanho, pode facilmente chegar aos pulmões, entrar na corrente sanguínea e causar doenças respiratórias e cardíacas. A recomendação da OMS – Organização Mundial da Saúde – é uma média anual de 10 microgramas de PM2,5 por metro cúbico de ar, contudo em regiões de São Paulo e de outras capitais da América Latina as médias ultrapassam 20 microgramas, bem longe do limite. De 45 cidades brasileiras analisadas em relatório da OMS, 40 estão fora dos padrões ideais.
Ainda de acordo com a Organização, nove em cada dez pessoas no mundo respiram ar poluído todo dia, o que resulta em 7 milhões de mortes por doenças relacionadas à poluição no mundo. Estima-se que 4,3 milhões de mortes estariam relacionadas ao simples ato de cozinhar usando madeira, carvão e biomassa e querosene para iluminar ambientes. As outras 3,7 milhões de mortes são causadas pela queima de combustíveis por veículos automotores, usinas termelétricas e indústrias em geral.
Os dados são realmente chocantes, mas você pode fazer a sua parte para diminuir a poluição gerada diariamente por nós mesmos. Comece dentro de casa: você pode separar o lixo orgânico do reciclável, evitar o uso de sacolas plásticas quando for fazer compras (reutilize sacolas e embalagens de plástico sempre que possível), evitar utilizar o carro (você pode caminhar, utilizar bicicletas e também o transporte público), não jogar lixo nas ruas (nem pensar em descartar aquela embalagem do salgadinho ou do bombom que você comeu no meio da calçada), não realizar queimadas (mesmo que seja na sua casa, queimar o lixo ou alguma outra substância é crime, por acarretar a emissão de diversos gases tóxicos) e levar o óleo utilizado na cozinha para postos de coleta apropriados (este óleo pode ser usado na produção de resina para tintas, sabão, detergente, glicerina, ração para animais e até biodiesel).
Já no seu ambiente de trabalho, se a empresa na qual você trabalha não possui nenhum projeto sustentável, você pode sugerir algumas dicas para o combate e prevenção da poluição. Além do mais, existe um sistema de gestão ambiental chamado ISO 14001, que permite a uma organização desenvolver uma estrutura para a proteção do meio ambiente e rápida resposta às mudanças das condições ambientais.
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Vimos os efeitos causados em nossa saúde física e como contribuir para a diminuição dos poluentes. Porém, em questões de saúde mental e até espiritual, a poluição também é inimiga. Neste caso, as principais vilãs são a poluição visual e a sonora, que citamos anteriormente. Ambas geram situações de grande estresse e podem, inclusive, desencadear crises de pânico ou ansiedade. Se viver num bangalô distante de toda agitação das grandes cidades não está nos seus planos ou no seu orçamento, a solução é conseguir momentos de paz quebrando um pouco a rotina. Seja em parques, espaços religiosos ou em casa mesmo, dedicando um tempinho para meditar e se desconectar ou adquirindo plantas e elementos naturais para decorar sua casa ou sua mesa de trabalho. Quer você acredite ou não, eles trarão uma energia muito positiva para o ambiente, pois as plantas podem diminuir sua pressão sanguínea, sua ansiedade, o estresse, melhorar a umidade e purificar o ar, ajudando a absorver as toxinas de lugares fechados – vale fazer uma pesquisa para entender a fundo qual planta oferece este milagre!
Por fim, que nos conscientizemos e lutemos contra esta situação nociva em que nos encontramos por causa da poluição, tão danosa à nossa saúde, ao meio ambiente e a diversas formas de vida presentes em nosso planeta. Assim como o problema teve origem em nossas mãos, a solução também deve partir delas.