CAPÍTULO 75 – SE TIVER QUE FECHAR UMA PORTA…DEIXE UMA JANELA ABERTA!
Fechar uma porta significa, nesse livro e acredito na voz corrente, o imperativo de se criar alternativas para facilitar as passagens que todos nós temos pelas vidas das pessoas com quem nos relacionamos, mais ou menos intensamente, não importa.
Diante disso, é sempre muito sensato evitar certos radicalismos, por mais que, a princípio, se tenha razões para sustentá-los. Estes radicalismos são caracterizados nas atitudes que são provocadas pela temperatura emocional dos desencontros, dos confrontos e das situações que provoquem atritos dos mais variados tons.
É possível (e saboroso!) fazer uma diferença na vida das pessoas por via da chamada porta fechada/janela aberta. Nem sempre as relações são doces como fiapos de mel, algumas vezes derivando para brigas bem caudalosas, no final das quais algumas portas acabam se fechando no espaço íntimo em que as pessoas transitam e nos permitem transitar.
E com portas fechadas não há trânsito emocional, o que aprofunda as dores e impede que se cicatrizem as feridinhas…quando não contribuem para que fiquem mais abertas e intensas.
Diante disso, as pessoas regidas por sentimento superiores e engajadas na arte de cultivar as relações em terrenos e processos construtivos, é necessária a chamada janela aberta, um espaço menor que a porta em si, mas que servirá como uma espécie de reentrada ou novo visual para ser explorado e descoberto.
Procure fazer essa diferença na vida das pessoas, facilitando a reconstrução dos relacionamentos, quando for de todo inevitável o confronto e as rugas dele decorrentes.
Deixe abertas umas janelinhas como alternativas para as portas fechadas, porque pelas tais janelinhas pode se dar início à normalização das relações, seja por um pedido de desculpas, seja pela admissão de valor melhor da opinião do outro, assim como por quaisquer outras medidas de diálogo e conciliação de posições opostas.
Um casal de amigos de anos outros, lá pelos idos dos tempos, tinha uma forma muito peculiar de resolver os embates e atritos que eram frequentes na vida conjugal, porque ambos eram pessoas de “pavio curto” e se orgulhavam muito desse traço de conduta.
Depois das salvas de artilharia em que as discussões se espalhavam, pelo menos um deles encontrava um jeito de contornar a situação com ações como, por exemplo, a de deixar um bilhetinho escondido em uma peça de roupa que sabia-se que seria usada sem demora, no qual havia uma espécie de armistício, numa frase como “Eu ainda acho que você está errado(a) mas vou fingir que não é comigo e por causa do frio que sinto à noite, sem você para me aquecer, vou acatar o que você disse! Mas não se meta a besta outra vez, porque o frio pode passar, e aí vem o calor e eu prefira você longe da cama nessa hora!” Eles diziam que o truque funcionava na maioria das vezes, e eu não tinha razão alguma para duvidar disso!
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