Espiritualidade Reiki Celta

Reiki Celta: Mabon, o Equinócio do Outono

Bosque de folhas alaranjadas.
Dennis Buchner / Unsplash
Escrito por Tereza Gurgel

Celebrado em 21 ou 22 de setembro, Ritual Mabon é a celebração da segunda colheita, principalmente das frutas, e dava continuidade às festas em agradecimento pela generosidade da terra. É o Equinócio de Outono, onde o dia e a noite tem a mesma duração e a natureza começa a se preparar para o rigoroso inverno.

Na mitologia celta, os deuses prenunciavam o declínio das forças naturais: o Deus Sol começa a declinar no horizonte e a Deusa Mãe assume a face da Anciã. A morte era apenas mais um ciclo, perfeitamente natural, de onde brotaria depois uma nova existência. Tudo na natureza era compreendido de acordo com um processo cíclico, necessário para a sustentação das plantas, animais e seres humanos. O Deus iria partir logo para o País do Verão, mas deixava sua semente – que iria dar continuidade à vida.

Os celtas reconheciam que após o período de atividade, deveria seguir um de descanso. A profunda ligação com a natureza os levavam a manter a ligação respeitosa e sagrada com as forças da natureza. Assim, esta festa propiciava que toda comunidade expressasse o sentimento de gratidão à terra pela recompensa após o duro esforço do plantio.

Os amigos se reuniam para um grande banquete, na véspera do equinócio, comemorando também as conquistas, com histórias e músicas. As casas eram limpas, objetos estragados eram consertados ou descartados, estocavam-se alimentos – em preparação para o inverno – e era recitada uma bênção especial para os lares.

Cornucópia.
Dar1930 / Shutterstock

A cornucópia era um símbolo deste momento de fartura e dádivas infinitas, prosperidade e abundância também no sentido espiritual. As sementes eram guardadas para o próximo tempo de plantio. É interessante notar que a cornucópia foi associada também a outros deuses da mitologia grega e romana relacionados com a agricultura (Gaia, Deméter, etc.).

Um deus em particular era homenageado nesse período: Angus, o deus do amor. Também conhecido como Aengus ou Óengus, este deus parece ter algumas correspondências com o deus grego Apolo; além de inspirarem o amor, protegiam a juventude e a beleza. Angus possuía, assim como Apolo, uma lira, que encantava e enfeitiçava todos que o ouviam. Apolo era associado ao cisne, entre outros animais. Uma história de Angus relata que se transformou em um cisne, a fim de resgatar uma bela princesa, por quem tinha se apaixonado.

Segundo o calendário celta, a planta que simbolizava este período era a videira (assim como a amora silvestre), cujo ogham é Muin. Considerada um arbusto com propriedades femininas e masculinas ao mesmo tempo, a videira representava o breve período de equilíbrio perfeito entre as polaridades da luz e escuridão. Logo a Deusa e o Deus, fontes da vida, iriam retornar à seus fortes subterrâneos. Assim, em Mabon, o equilíbrio do mundano e do sobrenatural, do mortal e do imortal estavam atuantes. Também a amora negra é associada a este ogham. Os atributos – tanto da videira, como da amora negra – evocam a ideia de eternidade dos ciclos.

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Muin é um símbolo que não consta dos três níveis originais do Reiki Celta, mas pode ser utilizado pelo Mestre em tratamentos; representa o equilíbrio e a diplomacia. Sua característica é dual, atrativa e defensiva; embora seus ramos possam ferir quem dela se aproxima, seus frutos são apreciados pelos seres vivos.

A energia de Muin, durante um tratamento de Reiki Celta, deve ser aplicada quando a intuição solicitar. A vibração de Muin irá catalisar as energias entre doador e receptor. Desta maneira, agindo de acordo com o Bem maior, porém sem qualquer intenção concreta na mente (indo além do próprio ego), o doador propicia ao cliente o recebimento da energia da alegria, abundância, harmonia e equilíbrio.

Mulher branca aplicando reiki em outra.
Antonika Chanel / Unsplash

Caso contrário, ao estar em contato com pessoas que desejam causar o mal ou prejudicar seus semelhantes, a energia defensiva de Muin é acionada. É preciso advertir que Muin nunca deve ser usada segundo um propósito específico, seja benéfico ou defensivo. O praticante de Reiki Celta deve aprimorar sua conexão com a Fonte, a fim de fazer uso desta energia quando receber, intuitivamente, o aviso necessário.

Referências
Reiki Celta – Antiga Sabedoria para os Tempos Atuais – Maria Tereza do A. G. O. Ramos – AGbook – SP
Angus – https://pt.wikipedia.org/wiki/Angus_Mac_Og
Mabon – https://pt.wikipedia.org/wiki/Mabon

Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

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