Convivendo Instituições de Ajuda

A dolorosa busca por um parente desaparecido

Escrito por Eu Sem Fronteiras

José, morador de São Paulo (SP), 35 anos; Gabriela, moradora de Salvador (BA), 12 anos; e Carlos, morador de Goiânia (GO), 56 anos. Moradores de áreas distantes do Brasil, faixas etárias variadas e uma coisa em comum: todos eles estão sendo procurados por suas famílias.

É muito triste a situação de familiares que procuram, sem rumo, seus entes amados que desapareceram e, em muitos casos, sem vestígios. Embora a maioria dos desaparecimentos tenham a ver com crimes com as mais variadas motivações, também há casos de pessoas que sofrem acidentes e perdem a memória ou, no caso das crianças e idosos, se perdem e não conseguem dar referências sobre a localização do lar.

Segundo dados do governo, a cada ano, em média, 250 mil pessoas desaparecem no Brasil. Deste número, 40 mil têm menos de 18 anos. Poucas medidas eficazes são realizadas para combater esse problema, afinal o Brasil é muito vasto e seria necessária uma integração entre os governos federal, estaduais e municipais. Em 2010, o governo federal criou o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos que, como proposta, pretendia auxiliar na difusão de informações e no esclarecimento dos casos de desparecimento. Cinco anos depois, a iniciativa está praticamente abandonada, revelando o pouco interesse dos governantes brasileiros com o assunto.

Menino sentado em uma caixa de papelão
Nagy-Bagoly Arpad / Shutterstock.com

A boa notícia é que uma nova iniciativa começou a funcionar em maio deste ano: a Central Nacional de Óbitos de Pessoas Não Identificadas. De acordo com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais de São Paulo (Arpen-SP), responsável pela iniciativa inédita no país, dados serão disponibilizados em cartórios de registro civil de nove Estados: São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Distrito Federal, Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pernambuco.

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O banco de dados, que pode ser acessado neste site, disponibilizará informações como idade presumida, sexo, cor da pele, sinais aparentes e data do óbito. No caso, esse banco de dados busca identificar as pessoas que faleceram e não foram localizadas pelos seus familiares. Embora seja trágico descobrir que o parente desaparecido tenha morrido, o fato também pode trazer um alívio aos familiares, que muitas vezes passam a vida inteira procurando a pessoa e não tem sequer uma pista do paradeiro dela.

Perder alguém amado e não ter informações é como uma ferida aberta que arde todos os dias. Descobrir a verdade, mesmo que dolorosa, possibilidade que os familiares da vítima possam seguir em frente. Procure sempre contribuir com os órgãos competentes locais, caso você tenha pistas de alguém que possa ter desaparecido, mas também ajude a divulgar ferramentas que ajudam nesse trabalho, como o da Arpen-SP. Ajudar a localizar um desaparecido é dar uma nova vida para ele e também aos seus familiares, faça a sua parte!


  • Texto escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras

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