Autoconhecimento

4 maneiras de mudar nossa predisposição para o sofrimento

Mulher assoprando as folhas de um dente-de-leão.
Escrito por Dulcineia Santos
 
Sempre me toca quando um cientista tem um lado voltado para a espiritualidade.

Hoje, assisti a um TED Talk do dr. Amit Stood, professor de medicina, que falava sobre estudos feitos que provam por que nos sentimos infelizes a maior parte do tempo. Um deles é a adaptação hedônica da felicidade, sobre a qual falei neste texto.

Mas como a ideia não é falar sobre o problema, e sim sobre a solução, vou direto às práticas que ele deu para endereçar essa tendência, prática que ele chama de 5-3-2:

Mulher de costas olhando para o mar com as mãos juntas.

1) Agradeça a cinco pessoas

Ao acordar, em vez de ir direto ao computador, envie gratidão a cinco pessoas. No vídeo ele faz uma amostra da prática para que ela não seja uma coisa automática. Uma das pessoas é alguém que já se foi, e depois das cinco você se imagina com 8 anos e envia gratidão a essa criança.

A antroposofia acredita que 9 anos é uma idade de suma importância na vida das crianças; normalmente alguma coisa muito impactante acontece nessa época. No meu caso, como conto no meu livro, minha avó paterna morreu, e meus pais se separaram.

Se você conseguir se recordar de alguma coisa importante, sugiro que envie amor para a criança de 9 anos.

2) Dedique três minutos para imprimir novidade à sua vida

Segundo os estudos feitos, “novidade vence amor”, diz o dr. Stood.

A ideia é que possamos “trazer novidade onde está o amor”, ao doar três minutos de atenção plena à pessoa amada.

Mulher de costas em um lago.

O que o dr. Stood faz é checar os e-mails assim que estaciona o carro na garagem para que assim possa, ao chegar em casa, se concentrar nos seus familiares como se não os tivesse visto por um mês, usando os seguintes passos:

a) estar genuinamente interessado no que eles têm a dizer

Esta é, aliás, uma das técnicas mais apreciadas em coaching: colocar-se na posição de curioso e praticar o que chamamos de “escuta ativa”.

b) fazer elogios criativos.

Esta é uma maneira excelente de colocar o cérebro da outra pessoa num estado colaborativo.

c) não tentar “melhorar” ninguém por três minutos.

Eu diria que isso faz parte da escuta ativa: escutar sem julgar.

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3) Melhore sua interação com o mundo em dois segundos

O cérebro checa a todo tempo se está lidando com um amigo ou inimigo. O tempo todo, durante uma conversa, ele faz isso.

Você está ali falando do seu trabalho: amigo. Começa a falar em dinheiro: inimigo. Dr. Stood lembra que o cérebro leva menos de um segundo para chegar a essa conclusão.

A ideia, portanto, é se adiantar ao processo de julgamento do cérebro: assim que encontrar alguém, pense: “eu te desejo o bem”. Pode ser: “eu te desejo saúde, felicidade”, não importa, o que interessa é mudar a predisposição do cérebro de julgar e procurar defeitos.

Moça em um campo com seus cabelos voando e corpo em movimento.

4) Um princípio por dia

Como sabemos, o cérebro ainda guarda muito do modus operandi usado na época dos caçadores-coletores. Agora, precisamos reprogramar nossa maneira de pensar e consequentemente de agir.

A dica dada nesta palestra é usar um dia da semana para se concentrar em uma destas cinco virtudes:

a) gratidão (inclusive pelo que aparentemente não deu certo)

b) compaixão

c) aceitação (que, para o Eneagrama, é o remédio para a raiva)

d) significado, propósito

e) perdão

Eu acho que isso vai mudar minha vida. E você?

Sobre o autor

Dulcineia Santos

Dulcinéia Santos é consultora de desenvolvimento para a maturidade, praticante certificada da ferramenta MBTI® de tipos psicológicos e coach. É também autora do livro “A Namorada do Dom”, em que conta as lições que aprendeu nos relacionamentos e na sua jornada até a Suíça.

Acredita que a vida é cheia de lições e que se não as aprendemos não passamos pro próximo nível do jogo. Saiu de casa cedo e foi morar no mundo – agora está na Suíça, onde estudou antroposofia por três anos. Gosta de tomar cerveja no boteco enquanto papeia, de aconselhar, da língua portuguesa, de cozinhar, de ficar só e de flexibilidade de horários. É esotérica, mas acha que estamos encarnados para viver as experiências terrenas com o pé no chão – de preferência dançando.

Formações:

Bacharel em línguas aplicadas

Brain Based Coaching Certification
NeuroLeadership Group – Londres

MBTI® – Myers-Briggs Type Indicator – Step I and Step II
Myers-Briggs Foundation – Florida, USA

Antroposofia
Goetheanum – Dornach, Suíça

Terapia Multidimensional
Genebra – Suíça

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