“É aquilo que acontece quando você está com uma pessoa. Você a ama e ela sabe disso. Ela te ama e você sabe disso. Mas vocês estão em uma festa, conversando com outras pessoas. Você está rindo e brilhando. E então, você percorre a sala com os olhos e encontra os olhos daquela pessoa. Não porque você é possessivo(a), nem porque isso tem uma conotação precisamente sexual… é porque aquela é a pessoa da sua vida. E isso é estranho e triste, mas só porque a vida vai acabar um dia, e porque esse universo secreto que existe entre vocês, nesse lugar, não pode ser percebido por mais ninguém. É como quando alguém diz que existem outras dimensões ao nosso redor, mas não conseguimos vê-las. E é isso que eu quero de um relacionamento. Ou só vida, eu acho.”
Embora Frances não tenha encontrado o amor recíproco que descreveu, ela sabe exatamente como ele deve ser. Cumplicidade, harmonia, respeito e união estão subentendidos na conexão entre olhares e na crença de que o sentimento entre pessoas que se amam só pode ser entendido por elas, como se habitassem uma outra realidade.
A reciprocidade se constrói quando um relacionamento se baseia nos sentimentos equivalentes que uma pessoa nutre pela outra. Não existe uma fórmula para identificar quão recíproco é um sentimento, mas um jeito de sentir essa conexão é ao se dar conta de que não é possível explicar o quanto se ama alguém.
É por meio da confiança, principalmente, que a reciprocidade se manifesta. Uma pessoa confia que a outra a ama e que nutrem os mesmos sentimentos uma pela outra. É confiar os próprios segredos e a própria vida a quem faz o mesmo por você. Um amor recíproco não é possessivo, ciumento, controlador ou agressivo.
Uma pessoa pode acreditar que ama muito alguém. Ela pode ter todos os motivos para amar essa outra pessoa e querer passar toda a vida ao lado dela. No entanto, é preciso que esse outrem sinta a mesma coisa por ela. Existem alguns indícios de que o amor que alguém está vivendo não é recíproco:
1) A pessoa não conversa com a outra quando tem a oportunidade de fazer isso;
2) Encontros são desmarcados com frequência, ou acontecem de forma insatisfatória;
3) O ciúme que uma pessoa sente pela outra acaba sufocando a liberdade individual de uma das pessoas do relacionamento;
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4) Chantagens emocionais são usadas como artifício para fazer a outra pessoa atender qualquer vontade, mesmo que ela não queira;
5) Discussões com agressividade verbal, física ou psicológica terminam com a promessa de que nunca irão acontecer novamente;
6) Uma das pessoas não demonstra qualquer tipo de cuidado, atenção ou respeito pela outra;
7) A pessoa ameaça terminar o relacionamento por motivos fúteis, fazendo a outra se sentir insuficiente e substituível;
8) Uma pessoa sente medo de com quem ela se relaciona, por acreditar que qualquer atitude pode culminar em um desentendimento;
9) Somente uma das pessoas se esforça para que o relacionamento seja sempre respeitoso, com harmonia e com união;
10) Uma pessoa precisa tentar lembrar, frequentemente, por quais motivos ela está naquele relacionamento.
Muitas vezes, um relacionamento pode começar como um amor recíproco e só então se desfazer. É importante notar os detalhes de cada relação e estar sempre com foco no presente. O que aconteceu no passado é somente uma lembrança, não traduz a realidade do passar do tempo.
Por mais difícil que seja deixar uma pessoa com quem há tantas memórias e por quem você nutriu tanto carinho e tanto amor, é preciso se libertar de um relacionamento sem reciprocidade. Todas as pessoas merecem um amor recíproco, com respeito, lealdade, confiança, compreensão, e claro, muito amor.