Trechos de Aulas de Meditação com Nisargan – Parte 1

Existem duas maneiras de nós estarmos. Vamos primeiro introduzir um conceito. Nós estarmos no modo “pensando”. Nós estarmos fazendo qualquer coisa no modo “pensando”. Eu estou “tic, tic, tic, tic, tic, tic,”… Eu estou esperando ônibus, eu estou dentro do carro, estou no consultório, estou em um minuto de silêncio, eu estou cozinhando, eu estou tomando banho, eu estou ouvindo alguém falar, mas eu estou “tic, tic, tic”… isso é o modo “pensando”.

Isso não quer dizer que não exista os pensamentos necessários, o planejamento do que eu tenho que fazer, cálculos que eu tenho que fazer, o que eu preciso pensar também… mas o que acontece é que existe uma média de 50 mil a 60 mil pensamentos desnecessários ou na verdade perturbadores por dia … Então nós nos tornamos reféns de uma mente disparada que eu não sei qual é o botão que desliga, e ela fica remoendo.

Entra uma ideia, entra, entra, entra e eu fico vítima disso.. Eu tiro o foco da realidade, o que de fato está acontecendo.. Eu entro no mundo virtual, que seria o mundo mental.

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A meditação é a gente passar do modo “pensamento”, vamos chamar assim para exemplificar, o modo pensamento desenfreado para o modo percebendo… que simplifica muito … o que é o modo percebendo? Quando eu estou percebendo o que está acontecendo…Quando eu estou pensando eu não estou percebendo, eu estou alheio ao que está acontecendo, quando eu estou percebendo eu não estou pensando, no momento em que eu percebo que naquele instante eu não estou pensando desnecessariamente…. eles são inversamente proporcionais… o que eu quero não é apenas silenciar a mente ou diminuir o ruído, eu quero aumentar a consciência da realidade, do que está acontecendo no momento… e quanto mais eu percebo a realidade do momento então eu não entro em algo que vai acalmar, mas não vai…..

É como assim…. É como por exemplo, se eu tiver no quarto escuro… quando eu estou pensando eu não estou enxergando as coisas, eu não estou nem enxergando a mim mesmo, eu não estou nem enxergando o outro, eu não estou nem enxergando as situações… é como se eu estivesse em um quarto escuro, que eu tenho que caminhar dentro dele… eu vou me esbarrar, eu vou derrubar coisas, porque eu não estou percebendo… Quando eu introduzo a luz, eu começo a perceber o que tem dentro do quarto, então eu vou ter condições de avaliar que movimento eu vou ter que fazer, para onde eu vou, então o percebendo é perceber de tal forma que as minhas ações fluam de acordo com a realidade.