Comportamento Convivendo Nutrição

Gordura no fígado: causas emocionais

Projeto de fígado e estetoscópio numa mesa.
Ivan Shidlovski / 123rf
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Todos sabemos que hábitos de vida nada saudáveis resultam em problemas de saúde. E existem fatores que acabam por criar mais condições para que nossa saúde seja ameaçada – os alimentos ultraprocessados, rotinas de trabalho estafantes, estresse da vida diária e até mesmo a ansiedade provocada pelas redes sociais. Tudo isso nos afeta em vários níveis no organismo.

A questão é que não é tão simples reverter esse quadro – eliminar a causa física nem sempre basta. É preciso tratar a questão psicológica, que, quando não mexe com nosso organismo de forma direta, pode se ocultar em comportamentos viciosos que podem causar essas doenças.

Uma condição que, apesar de ter suas raízes em péssimos hábitos alimentares, também pode ter um fundo emocional é a esteatose hepática – ou, popularmente, gordura no fígado. Não existe uma relação direta entre a esteatose hepática e problemas emocionais. Mas as causas e fatores de riscos que podem levar a essa condição, como a obesidade e o consumo excessivo de álcool, estão intimamente ligadas a fatores emocionais.

O que é a esteatose hepática?

A esteatose hepática, conhecida popularmente como gordura no fígado, é o acúmulo de lipídios (gordura) nas células hepáticas – os hepatócitos. Nessa condição, o fígado apresenta um excesso de glândulas gordurosas, então tecidos não saudáveis substituem parcialmente os tecidos saudáveis. Isso resulta em um fígado preenchido de gordura, consequentemente maior e mais pesado.

A esteatose hepática pode ser classificada em alcoólica (quando a causa é o consumo excessivo e crônico de bebidas alcoólicas) e não alcoólica (doença hepática alcoólica não gordurosa, conhecida pela sigla DHGNA, que tem como causas e fatores de risco primários obesidade, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial; já os fatores secundários incluem, entre outros, medicamentos como corticosteroides, amiodarona, estrógenos e tamoxifeno).

Close em fígado de um corpo obeso.
Kateryna Kon / 123rf

O acúmulo de gordura no fígado ainda pode estar associado a doenças como hepatite C, hipotiroidismo, síndrome dos ovários policísticos, hipogonadismo, entre outras.

A esteatose hepática não apresenta sintomas de imediato; quando eles surgem, a doença já está numa fase de apresentar complicações para a pessoa acometida. Às vezes o paciente pode sentir um mal-estar geral, além de desconforto abdominal e fadiga. Quando a doença não é tratada, pode evoluir para esteato-hepatite, e os sintomas podem incluir: ascite (presença de líquido no abdome), hemorragia, pele e olhos amarelados, queda da quantidade de plaquetas no sangue, doenças no encéfalo e confusão mental. Nesse estágio, aumentam as chances de se evoluir para cirrose ou câncer do fígado.

Relação entre emoção e esteatose hepática

Se tratada corretamente e afastados os fatores de risco, a esteatose hepática pode até regredir. A questão é que não é tão difícil lidar com alguns de seus fatores primários, como a obesidade. De acordo com o hepatologista Edison Parise (um dos maiores especialistas em doenças do fígado no Brasil), 90% dos obesos mórbidos têm a doença hepática gordurosa não alcoólica (entre os diabéticos, são 70%).

A obesidade é uma pandemia mundial. As causas dessa doença são multifatoriais: hábitos de vida nada saudáveis (alimentação inadequada, sedentarismo), fatores genéticos e ambientais, além de causas emocionais. É na questão emocional que reside uma grande dificuldade para vencer a doença. É por isso que a tríade “fatores emocionais-obesidade-esteatose hepática” deve ser observada com atenção.

Em seu livro “Linguagem do Corpo – Aprenda a ouvir seu Corpo para uma vida saudável”, a escritora e especialista em Programação Neurolinguística (PNL) Cristina Cairo defende que o acúmulo de gordura no corpo tem a ver com o hábito de guardar mágoas e ressentimentos. Segundo ela, a gordura é um casulo no qual a pessoa se protege dos problemas externos. As pessoas mais sensíveis, que se magoam mais facilmente, encontram na gordura algo como a “maciez de um abraço”. Em outras palavras, a gordura agiria como um aconchego para aliviar as aflições.

Homem branco segurando projeto de fígado e estetoscópio na mão.
Ivan Shidlovski / 123rf

Para se livrar desse problema, ela sugere que seria preciso fazer um “regime” dos pensamentos, limpar a amargura, adotar posturas mais firmes diante das decisões da vida (ou seja, tomar as rédeas do próprio destino), trabalhar a personalidade e tornar o pensamento mais ativo. Entre outras coisas, Cristina endossa a necessidade de termos consciência de que quando nos magoamos com algo estamos sendo egoístas por achar que as coisas precisam ser do nosso jeito.

Ainda nessa obra – uma leitura altamente recomendada para que você aprenda a lidar com suas emoções em prol de uma vida mais equilibrada e longe das doenças –, Cristina Cairo também fala sobre o alcoolismo, que é uma das causas da gordura no fígado que tem origem no consumo excessivo de álcool.

O vício está relacionado a uma série de fatores, e o emocional também é um deles. Para a escritora, que também é especialista em Medicina Chinesa e Medicina Egípcia, o álcool tem o poder de libertar sentimentos reprimidos, como culpa, raiva e angústia. Para ela, o que vicia é o apego ao que a bebida representa: uma fuga inconsciente. Quem procura a bebida, portanto, não procura beber, mas fugir dos seus problemas, já que, na opinião da escritora, essas pessoas enxergam a vida de uma forma distorcida, ainda mais se durante a sua vida tiveram uma educação repressora, na qual não lhes era permitido expressar suas emoções.

Ainda segundo Cristina, o ideal, para libertar a pessoa dessa condição, é mostrar a ela que o mundo dela é livre de cobranças e tormentos. Devemos falar com ela de forma positiva e assertiva, pois quanto mais cobrarmos ou criticarmos, mais elas vão querer encontrar refúgio no álcool.

Um caminho para vencer o problema

Não existe mistério. Para resolver o problema do excesso de gordura no fígado é necessário rever seu estilo de vida: praticar exercícios, alimentar-se bem, controlar os fatores de risco (com ajuda médica e/ou medicamentosa, como no caso dos diabéticos, obesos e hiperlipidêmicos). Adotando essas atitudes, é possível controlar ou até mesmo reverter a esteatose hepática.

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Como a gordura no fígado não apresenta sintomas iniciais, fazer check-ups médicos regularmente é também uma forma de cuidar da saúde, não só para esse problema, como também para todas as outras condições.

Mas é preciso também olhar para dentro de si, cuidar do seu emocional e perceber os sinais que seu corpo dá. Cuidar de si é um processo holístico – envolve corpo, mente e alma. Então cuide-se de todas as formas. Seu corpo é seu templo!

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