Estima-se que a prática zen foi levada à China pelo monge indiano Bodhidharma. Historiadores acreditam que, por causa da sua sabedoria, ele chegou a ter contato direto com imperadores chineses, que, sem pestanejar, apoiaram a prática budista no território chinês. A partir disso, os ensinos tradicionais da prática zen foram passados para a população pelo mestre. Após sua morte, o aluno Huike se tornou o monge responsável por continuar a levar as práticas budistas para os habitantes da China. Com o passar dos anos, a prática zen ganhou escolas tradicionais também no Japão. Ao longo da sua história, acredita-se que o zen foi moldado com as características dos países nos quais foi praticado.
Todas as escolas zen são pautadas na filosofia e em doutrinas budistas, porém o principal papel do zen é experimentar a realidade diretamente, além das ideias e apenas palavras. Essa abertura, que colocou a prática como a forma mais tradicional de meditação, fez com que pessoas de diversas religiões passassem a praticar o zen. Hoje ele é visto não como algo ligado totalmente a religião, mas como uma forma de concentração e entendimento pessoal.
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A prática zen budista possui três elementos essenciais para a sua construção. O primeiro desses elementos é a fé firme e consistente. Para o budismo, a fé é além de uma crença. Por meio da fé, os praticantes conseguem alcançar uma iluminação pessoal capaz de trazer clareza sobre diversos aspectos. O segundo elemento é a dúvida. Para o budismo, a dúvida é o que deixa o ser inquieto e incansável, capaz iluminar os pensamentos em busca de concluir os questionamentos. O último elemento é a determinação. Para dar um fim às nossas dúvidas, precisamos de determinação, porque ela proporciona força para que o ser consiga chegar ao ápice do pensamento e concluir todas as dúvidas.
De modo geral, os ensinamentos zen criticam o estudo excessivo de textos. A prática zen insiste na dedicação à meditação como uma forma de chegar à realidade de maneira direta. O zen tem como tradição o trabalho meditativo realizado por meio de atividades, sejam elas braçais ou até mesmo delicadas, como a reflexão. Dessa maneira, as práticas zen podem ser classificadas em dois estilos clássicos.
Zazen: Consiste em se sentar e meditar em silêncio. O foco aqui é a respiração e a fluidez dos pensamentos. É uma ótima prática para observar a si mesmo e as suas ações, com o objetivo de se tornar íntimo e observador da sua própria percepção.
Kinhin: Consiste em realizar uma caminhada lenta para manter o estado mental calmo e tranquilo, sem perder o ritmo, como uma forma de reflexão parecida com o Zazen, porém durante uma caminhada.
O zen não é uma prática que consiste em somente exercício intelectual. Ele é, na verdade, tido como um estilo de vida, não apenas como práticas que elevarão a sua consciência.