Capítulo 89 – SE FOR ESQUECIDO(A) E DEPOIS RELEMBRADO(A)… MANTENHA O FAIR PLAY!
A memória das pessoas sempre esteve mais para a solidez de uma geleia do que para a dureza de um bloco de granito. É muito fácil esquecer os “grandes” amigos do passado, em nome dos novos amigos, especialmente se há um dinheirinho básico envolvido, fato que
se repete tão rotineiramente que nem se dá mais algum valor a isso. Todos temos, infelizmente, passagens em nossa vida em que nos sentimos jogados para escanteio por aqueles até então tidos em alta estima. É um sentimento que impacta tremendamente na saúde emocional e até pressiona as sensações no rumo de uma enorme decepção com o gênero humano.
Administrar essa situação é muito difícil mesmo, porém há sempre duas opções para seu desfecho: guardar em si, bem fundo, portanto cavando um imenso buraco para nele despejar crescentes volumes de ácido ou escolher a chamada “volta por cima”, esperando que o tempo e sua sabedoria cuidem de reduzir tudo às proporções do razoável.
Faça uma diferença EXEMPLAR na vida da pessoa que tenha cometido a indelicadeza de esquecer sua importância na vida dela: quando ela voltar a procurar por você – e o fará, porque é assim que as coisas funcionam segundo o que quer uma força superior a que chamamos Vida –, aja como se nada tivesse acontecido.
Trate a pessoa com a cordialidade de sempre, com a atenção com que sempre a recebeu e conduziu nos tempos de relacionamento, não toque no assunto e comporte-se com a dignidade dos que esquecem rápido as pequenas ofensas e só se curvam para amarrar os sapatos ou para pegar uma criança pelos braços e enchê-la de alegres beijos!
Todas as pessoas que passaram pela minha vida e sem mais avisos ou motivos simplesmente deixaram de me procurar, mas efetivamente TODAS, mesmo que o tempo fosse longo, um dia estiveram diante de mim e eu, sentindo o impulso da devolução na mesma moeda, que é, convenhamos, poderoso, tive tempo para escolher pelo melhor: tratá-las afetivamente, como se nada tivesse acontecido.
E nessas ocasiões o imenso bem que senti ali pelos espaços entre minhas células foi suficiente para entender que tinha feito a escolha correta.
Isso aconteceu mais forte numa ocasião em que me deparei com um ex-colega de trabalho que nunca aceitou me receber quando o procurei e precisava de uma certa alavancagem na carreira, a quem acolhi com generosidade quando precisava de uma apresentação a um terceiro indivíduo, de quem, à época, esse “esquecido” colega muito dependia para um bom emprego.
Você também pode gostar
Fiz o que tinha que fazer, o que faz qualquer pessoa digna e de coração blindado contra ressentimentos e bobagens do gênero. Esse moço, tendo obtido o sonhado emprego, telefonou-me e me disse que, embora quisesse dizer “Muito obrigado”, preferia dizer “Perdão pela lição!”