Capítulo 90 – CONQUISTE NA ENTRADA E DEIXE SAUDADES NA SAÍDA!
Este é o maior poder: deixar as pessoas melhores que antes da oportunidade da nossa passagem por suas vidas, mesmo que tenha sido rápida, quase imperceptível na dimensão temporal! Isso mesmo! É inerente ao ser humano o poder de encantar, transformar e libertar o outro!
Não há gigante, vencedor ou herói dentro de nós. Se usarmos uma combinação equilibrada entre razão e emoção para assim concluir. O fato que não pode ser desprezado: há em nós formas de comunicação que se tocam e entre si trocam energias muito antes da verbalização ou do toque físico. Uma delas é o PODER da irradiação do que temos de melhor e mais sublime, que é a capacidade de amar incondicionalmente, de entender e de compreender os sentimentos do outro, sendo solidário sem reservas.
Procure encantar as pessoas e nelas ser SUAVE diferença, apenas soltando de dentro de si as irradiações de uma alma que quer MUITO praticar o bem e aja nesse sentido, com consciência e fé na própria capacidade de transformar o outro!
Aprendo muito com os desvalidos e esquecidos que habitam as ruas de São Paulo, talvez mais do que tenho aprendido nos textos de ilustres e respeitados pensadores, porque o que eles me ensinam é tão forte e complexo, que preciso viver muitos dias refletindo para chegar a uma compreensão. Eis uma boa história: saindo de uma padaria, pela manhã, deparo com um mendigo comendo salgadinhos industrializados de um pacote amassado, com ar triste.
Retornei à padaria e pedi que organizassem um prato descartável com uns kibes, coxinhas e enroladinhos de queijo e presunto, que seriam bons para a fome daquela pessoa, e mais dois pacotinhos de leite achocolatado bem geladinho. Levei para ele e, nesse momento, para enorme surpresa minha, o senhor do pacote amassado e ar triste olhou-me nos olhos, sorriu e disse: “Puxa vida, quanta generosidade, moço! Será que eu mereço? Não vai lhe fazer falta? Vamos ‘mandar’ juntos esse monte de coisa boa?”.
Ele me encantou com sua espontaneidade e insuspeita delicadeza em alguém que certamente tinha muitos motivos para zangar-se com a vida, mas foi capaz de dar dimensões imensas para um simples ato de caridade!
Voltando àquele necessitado sem-teto: ao me despedir dele, imediatamente após ter respondido suas perguntas, eis que ele pega uma moeda de 25 centavos de real, que estava na lata destinada a recolher as esmolas dos passantes… e me dá! Insisti que não era preciso, mas ele me disse: “O senhor me deu muito mais! Não posso também dar um pouquinho? Pega aí porque pode faltar um dia!” Peguei a moeda como ordenado por aquela surpreendente criatura, coloquei-a na parte externa da mochila e segui adiante.
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Muitos dias depois, eis que me enguiça o carro. Câmbio automático insensível aos meus apelos para que funcionasse, passei a usar mais frequentemente o transporte público. Ainda sem conhecer a variedade das tarifas, fui salvo por aquela moedinha, os exatos 25 centavos para completar uma passagem, diante dos olhares furibundos dos demais passageiros que estavam na fila, aguardando que eu liberasse a catraca.