Olá pessoal, hoje vou falar um pouco sobre uma fase muito importante das nossas vidas, em que passamos por inúmeras transformações em busca do tornar-se ser: a adolescência. Não tenho a intenção de falar como a adulta que sou, e sim, tentar mostrar o lado deles, que hoje são muitas vezes classificados como perdidos, irresponsáveis e insensatos.
Como adultos, muitas vezes nos esquecemos que já passamos pela adolescência e os tratamos com superioridade, crentes somos de que temos a receita certa para o tornar-se ser, mas não temos.
A adolescência traz com ela mudanças físicas e psíquicas. As transformações no corpo e na mente fazem com que ora os adolescentes fiquem com um pé na infância, ora no desejo de serem adultos. Se colocar no lugar deles e compreender esse processo é questão de compaixão, empatia e respeito.
Não é fácil perceber que o corpo muda sem ter nada que se possa fazer, não é fácil perceber que aqueles momentos de colo, birra e choro devem ser deixados para trás porque é preciso crescer. Não é fácil estar nesse mundo exigente e ser um adolescente. A cobrança sobre o futuro é feita pela sociedade, pelos pais e também pelo próprio jovem, que fica com a cabeça a mil com tantos pensamentos misturados, na trabalhosa tarefa de dar um passo a mais.
Os desejos sexuais, os impulsos que deles tomam conta os deixam muitas vezes irritados, perdidos e, inconscientemente, gritando por limites. Sim, todo adolescente precisa e quer limite. Mas pensemos em limite por um outro prisma, não pelo da repressão e cobrança. É imprescindível que eles possam estar livres pra fortalecer a sua identidade, usar a sua criatividade, juventude e percepção, que são muito mais aguçadas do que a nossa, mas o limite é um meio de fazer com que não se percam e se sintam amados e apoiados.
Os pais podem ser amigos mas nunca esquecerem que antes de tudo são pais, e que os filhos precisam senti-los neste papel. Um exemplo do livro “Adolescer”, de José Outeiral, que uso como base para este texto, é o de uma criança que com o lápis risca toda a parede a sala, os pais podem tomar o lápis dela e proibir a sua expressão de criatividade ou podem propor para que ela possa fazer estes desenhos em uma parede especial no seu quarto, mostrando para ela que o que ela está fazendo é coisa boa e não uma sujeira.
Outra função primordial dos pais nesta fase é também ter limites, ou seja, não exigir dos filhos as realizações que quiseram para si. Cada ser humano é diferente do outro e tem seus próprios sonhos, não queiram que seus filhos vivam os seus.
Os pais têm que entender que os adolescentes fazem parte de uma geração diferente, que precisam primeiro se “separar” deles para que possam criar a sua própria identidade. Esta separação pode acabar sendo baseada em oposição ao que os pais falam, mas é só uma forma de tentar criar a sua individualidade. Depois eles voltam.
Outro ponto importante do livro diz respeito à agressividade, que no caso do adolescente deve ser vista a origem da palavra, que significava ir na direção, agregar. O que o adolescente realmente quer, na maioria das vezes quando é agressivo, é se comunicar e perceber que existe alguém que o ame e que pode suportá-lo, e ele vai testar esse amor dos pais, que precisam persistir no amor e na paciência.
Um problema comum que acontece com a comunicação é que como os adolescentes ora agem como crianças ora como adultos, os pais quando pensam que estão “falando” com um recebem a resposta do outro. É preciso compreender que esta oscilação são comuns e respeitá-las.
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Para que a adolescência seja melhor vivida é necessário que os pais tenham proporcionado uma infância de segurança, amor e respeito entre eles e seus filhos, assim terão menor possibilidade de envolvimento com drogas.
A ausência da mãe ou pai será sentida profundamente pelo adolescente. Quero deixar claro que quando me refiro a mãe e pai significa os cuidadores, sejam eles biológicos ou não. A família é a base para uma adolescência mais tranquila e menos turbulenta.
Um grande abraços para todos e até a próxima!