Capítulo 94 – SE TIVER QUE SAIR DA VIDA DAS PESSOAS, QUE SEJA PELA PORTA DA FRENTE!
Tudo passa, nada é permanente. Mesmo que não seja a intenção de ninguém, pode ser que se tenha que sair da vida das pessoas, transitoriamente ou de vez, não importa, mas a porta de saída da vida das pessoas sempre está aberta.
Como de hábito, nada pode ser previsto; no máximo o que se consegue é a descrição de hipóteses e reza brava para que umas se concretizem e outras não. E muito acontece sem quaisquer sinais de aviso: até suspeito que exista uma meia dúzia de perversos capetinhas cuja diversão maior é desestabilizar a vida das pessoas, criando-lhes problemas e mais problemas, todos convergindo para perdas emocionais.
Se você sair da vida das pessoas pela porta da frente, evidentemente que deixando-a aberta para uma possível volta pode ser que tenha exercitado a arte de deslizar pelos relacionamentos de forma suave, mesmo que eles mostrem capítulos de desacordos, arranhões emocionais e conflitos cortantes.
Acabou a amizade, esfumaçou-se o que era “amor para sempre”, a sociedade comercial “de unha e carne” virou unha encravada para ambas as partes? Então, que pena, mas é chegada a hora de sair… e que seja pela porta da frente! E como se consegue essa proeza?
Além de não incendiar as coisas de um e outro e evitar os insultos raivosos que tanto entorpecem as mentes na hora da ruptura da normalidade, o “sair pela porta da frente” pode ser um gesto grandioso, pelo qual as pessoas cicatrizam as feridas mútuas, passam um bálsamo imaginário nas dores e saem para a vida, cada uma na sua trajetória, pelas portas que se abrem para tudo, até para que nunca mais se fechem novamente.
Um desconhecido, um capitão do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo, me contou durante um voo Brasília-São Paulo uma passagem em sua vida muito curiosa, exatamente no encerrar de uma relação a dois com uma tenente da Corporação.
Casados não oficialmente, viveram um caso de amor até que surgiu a ruptura, cujo motivador não me disse, e eu cuidei em manter a discrição e não perguntei. Ele estava bem emocionado quando contou que pediu o consentimento dela e fez uma espécie de repaginada no apartamento em que viviam, deixando-o exatamente como era de gosto dela, antes de iniciar o convívio.
Ficou tudo certinho e ele disse para ela que sairia da vida dela, mas a deixaria “zeradinha” para iniciar outra relação, mas que pedia que ela guardasse com muito carinho um arranjo que ele mesmo fez com uma planta chamada “jiboia”, de folhas largas, de verde-lustroso, muito bonita.
Disse também (e eu imagino a cena…) que “…se nós voltarmos, eu quero recomeçar no primeiro dia cuidando eu mesmo da plantinha!”
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Não resisti, já com a aeronave taxiando em Congonhas, e perguntei o que tinha que perguntar, e ele deu um sorriso, abriu uma foto no celular com uma moça grávida, quepe de oficial da PM na cabeça com cabelos presos, com o sorriso que só as grávidas são capazes de arrancar dos céus e colocar na boca… segurando um vaso de vidro com uma planta chamada jiboia dentro dele…
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