Convivendo

O caderno de escrita

Estimados leitores, alguma vez pararam para pensar por que gostamos de ler histórias? Arrisco a dizer que gostamos, pois buscamos identificação sobre algo que nos conecta em experiências, vivências e opiniões. Senti algo, será que mais alguém sentiu? Como posso descrever em palavras o que se passa no meu coração? Que dúvidas são essas na minha mente? Ei! Alguém mais passou por isso?

Escrever e ler é uma maneira de se encontrar e encontrar-se nos outros. Particularmente me encontro com Clarice Lispector em vários momentos: identifico-me com a montanha-russa que é meu coração. Também preciso de muita paciência, pois sou vários caminhos, inclusive o fatal beco sem saída. Dentre sua rica literatura, a citação a seguir é a que mais me encanta: “Às vezes escrever uma só linha basta para salvar o próprio coração”.

Concordo plenamente. Meu coração foi salvo inúmeras vezes por meio da escrita.

Amo escrever por natureza e por ofício. É meu recurso mais poderoso para obter a cura para algo que dói e nem sempre consigo compreender. É o alimento que nutre cada partícula do meu corpo e da minha alma. Diante de mudanças, alegrias, tristezas, dúvidas, planejamentos, metas, agradecimentos, seja o que for, é para o caderno que vou. Meu amigo e conselheiro; o caderno de escrita.

Foto da mão de uma menina escrevendo em um caderno. Ao lado há uma xícara com chá e uma plantinha.
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Na adolescência escrevia no “meu querido diário”. Cada mudança de fase e descobertas estavam listadas em suas páginas. Cada nova percepção era narrada ao meu melhor amigo. E foi nesse período de mudanças hormonais e todas as outras mudanças que envolvem o período adolescente que tive depressão. Na época não tinha informações, não conhecia outras meninas que passavam por isso. Escrever sobre meus sentimentos me ajudou no amadurecimento e foi mais fácil encontrar ajuda e conseguir expor o que estava se passando comigo. Era possível perceber e narrar; expressar o que sentia.

Com o passar dos anos, o diário foi substituído pelo caderno e hoje compreendo como essa técnica é importante no caminhar pelo autoconhecimento. Quando chego ao beco sem saída, basta voltar algumas páginas e ler minha história, me reconhecer nos trechos que já percorri e me perdi. Então me encontro.

Homem com o braço tatuado, sentado em frente a uma mesinha. Ele está escrevendo algo em um papel.

Quando iniciei o Projeto Pessoas Possíveis, meu objetivo era compartilhar práticas de bem-estar para que mais pessoas pudessem testar e aplicar. E foi na preparação das Oficinas de Escrita que surgiu a ideia de colocar alguns exercícios para que após o curso as pessoas pudessem continuar praticando.

Por isso, gostaria de compartilhar com vocês este projeto e desejo que aceitem esta linda aventura de praticar o autocuidado por meio da escrita. É gratificante!

Sobre o autor

Cintia Ski Pelissari

Estudiosa de meditação e técnicas de autocuidado há mais de 14 anos.

Formada em Reiki pela Mestre Claudete França, da ABR – Associação Brasileira de Reiki.

Idealizadora dos projetos: Contos e Encontros - Vida criativa; e Contos e Encontros - Conversas sobre o luto.

Oferece workshops, consultorias e atendimento individualizado, com o objetivo de promover a gestão do autocuidado.

Facilitadora da divulgação da mensagem de gratidão de Brother Steindl-Rast, por meio do site viveragradecidos.org

Contatos:

Email: cspelissari@hotmail.com
Instagram: @viver_agradecidos