Realizamos uma entrevista com o professor Rafael Silva para saber um pouco mais sobre a origem e curiosidades do Yôga. Acompanhe abaixo:
Qual a origem do Yôga?
O Yôga teve sua origem num território chamado Vale do Indu, que hoje é ocupado pela Índia. Um dos nomes atribuídos ao seu criador é Shiva. Estima-se que tenha vivido há mais de cinco mil anos.
Conheci o Yôga em 2003, ingressando numa escola que preparava futuros instrutores e desde minhas primeiras práticas já estava envolvido com os conceitos e técnicas desta filosofia. Tudo fazia sentido.
O que fez você buscar o Yôga?
A principio não sabia nada a respeito, isso foi muito bom. Iniciei sem expectativas e sem influência de versões que apontam para terapia ou misticismo. Queria mesmo saber o que era, entender a arte e me engajar em autoconhecimento. Fui travando contato com pessoas especiais que praticavam comigo e também meus instrutores me inspiraram a progredir. Eu os observava e queria ter as qualidades que eles possuíam. No mais, estava mesmo numa fase que queria me renovar, mudar meus hábitos, transpassar minhas limitações e melhorar como individuo.
Como você descreveria o Yôga?
Primeiro diria que é indescritível, minhas experiências pessoais são pequenas comparadas ao universo que ainda experimentarei através dessa filosofia. Cada prática que faço, a cada aula que ministro tenho a plena convicção que estou evoluindo, sempre construindo uma nova versão, uma versão melhorada do que era a pouco.
Mas podemos encarar o Yôga como uma filosofia, uma filosofia prática, sem teorias e que vivenciamos através do empirismo, da experimentação. É uma proposta de evolução pessoal, de autoconhecimento.
Existem alguns tipos de Yôga, uns mais antigos, outros mais modernos, uns autênticos, outros nem tanto. E existem tipos que são utilitários; estes simplificam tanto o Yôga como propostas terapêuticas que descaracterizam a filosofia e o autoconhecimento.
Existem pré-requisitos para se praticar o Yôga?
O que observo na aulas que ministro é que quem permanece por mais tempo praticando e quem sente melhor os resultados são aqueles que se identificam com a prática, são aqueles que sentiram que podem através do Yôga expressar o que já tinham de melhor e de útil dentro deles mas não sabiam como tornar isso objetivo. São aqueles que sentiram que com a prática e o estudo podem contribuir para um mundo melhor e que isso não fica só no imaginário. Eles idealizam, sentem, realizam e tudo isso com muita coerência. Acho que o pré-requisito é esse; identificação.
É importante saber que a prática não se limita a fazer posições belas e fascinantes, que não é sentar-se com as pernas cruzadas e olhos fechados, que não é relaxamento ou que é algo místico. Deve se saber também que pessoas de qualquer religião podem praticá-lo, pois Yôga não é religião e que devem também se desintoxicar de versões popularescas comumente oferecidas em revistas e blogs na internet. Procurem bons profissionais que façam um trabalho honesto.
A idade para a prática é muito relativa, conheço jovens senis e cinquentões sarados. A grande diferença está na programação e no estilo de vida que cada um escolheu. No tipo de Yôga que eu ensino, (podemos chamá-lo de Yôga antigo, pois respeita as características originais e a estrutura de quando surgiu esta filosofia), quem se identifica mais são aquelas pessoas que ainda querem mudar, querem melhorar o físico, o emocional, o mental, querem se conhecer melhor, querem ter um melhor rendimento em tudo que façam, seja no esporte preferido, no seu rendimento profissional, na sua arte, na sua corporação, na vida familiar ou afetiva.
Devem iniciar quando despertar o interesse, quando sentirem que podem fazer algo por elas, quando quiserem dedicar mais tempo a qualidade de vida, quando quiserem otimizar suas qualidades, quando quiserem despertar as qualidades latentes, quando quiserem melhorar a performance no esporte que ama, quando almejarem o autoconhecimento, quando acharem que a sua concentração, vitalidade, relações, produtividade, saúde, entre outras coisas estão começando a ficar comprometidas por um estilo de vida que não os agrada mais.
Quais são os resultados de uma prática de Yôga?
São muitos. A prática do Yôga contribui para o aumento da concentração, dá tônus muscular e força, melhora o alongamento e a flexibilidade, reeduca a respiração, dá bons reflexos, consciência corporal, vitalidade, energia e disposição e ainda produz o autoconhecimento.
Existe algum tipo determinado de pessoa para a qual o Yôga pode trazer maiores resultados?
Sim. Pessoas saudáveis, de bem com a vida e que fazem questão de ter o melhor para si em tudo. Esportistas, empresários, artistas, profissionais liberais também vão gostar muito dos resultados.
Homens podem e devem praticar Yôga; aliás na Índia o Yôga é ensinado no exército para militares. Os rapazes ficarão surpreendidos com os efeitos da prática.
O que se deve esperar com a prática do Yôga?
Orientalismo, filosofia, arte, beleza, vigor do corpo, energia e muita força.
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O que aconselharia para alguém que pensa em iniciar a prática?
Escolher bem um profissional; é a sua saúde física e mental que estão envolvidas. Também diria para iniciar a prática de Yôga enquanto se está saudável, que não espere a saúde ficar comprometida para dar início, e sim, que inicie a prática para exacerbar a saúde que possui. E que tenha entusiasmo e alegria pela prática dessa verdadeira herança cultural da humanidade.