Quando você pensa em “cientistas”, qual é a primeira imagem que vem à sua mente? Um homem de cabelos brancos e bagunçados, com a língua de fora, usando um avental branco, com óculos redondos e cercado por tubos de ensaio com ingredientes químicos?
Para muitas pessoas, a imagem do cientista é sempre masculina, idosa e associada às ciências exatas, que envolvem experimentos químicos. No entanto a permanência desse estereótipo está prestes a ser interrompida. Com o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, espera-se que mais rostos jovens e femininos façam parte deste universo.
A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015. O principal objetivo da comemoração é celebrar as conquistas e as descobertas que as mulheres alcançaram na ciência e incentivar as novas gerações a seguirem por esse caminho. É a abertura de um novo horizonte para aquelas que sempre quiseram investigar, pesquisar e descobrir, mas nunca tiveram a representatividade e o apoio necessários para isso.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 2016, 28% dos cientistas, em todo o mundo, são mulheres. E mesmo as que estão incluídas nesse meio precisam enfrentam a desigualdade de gênero. Nos Estados Unidos da América, por exemplo, em 2019 as cientistas recebem 18 mil dólares a menos do que os cientistas, segundo a Fundação Nacional de Ciência do país.
Este apagamento das mulheres na ciência, contra o qual luta o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, recebeu o nome de Efeito Matilda. Essa teoria, nomeada em homenagem à sufragista Matilda Joslyn Gage, retoma a pesquisa realizada por ela, que identificou que a sociedade acredita que as mulheres não são capazes de desenvolver invenções.
Desta forma, somente os trabalhos dos cientistas são reconhecidos, valorizados e citados por outros cientistas. É como se o trabalho desenvolvido por mulheres não tivesse mérito ou não recebesse atenção pela comunidade científica, que deveria considerar toda e qualquer produção de conhecimento como benéfica para o avanço da humanidade.
Felizmente, no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, podemos lutar contra esse cenário de desigualdade conhecendo nomes de mulheres cientistas. É uma forma de inspirar as meninas a seguirem por esse caminho e de trazer visibilidade para estas cientistas que tanto fizeram e fazem pelo mundo em que vivemos.
Confira, a seguir, as cientistas que fizeram descobertas marcantes para a história:
Hildegard de Bingen, 1098-1179: desenvolveu habilidade médicas que foram interpretadas como milagrosas durante a Idade Média. Escreveu livros sobre botânica e sobre medicina, tornando-se importante a ponto de ter um asteróide com o seu nome, o 898-Hildegard.
Maria Gaetana Agnesi, 1718-1799: é a responsável pelo primeiro livro de álgebra elaborado por uma escritora. É pioneira também na docência, tendo sido a primeira professora de matemática a lecionar em uma universidade.
Ada Lovelace, 1815-1852: os primeiros computadores foram desenvolvidos graças à Ada, que é considerada a primeira programadora do mundo. Os estudos que desenvolveu sobre motores analíticos, usados nos computadores, constituem os primeiros algoritmos criados.
Elizabeth Arden, 1884-1966: é uma importante cientista que desenvolveu cosméticos para tratar queimaduras e para hidratar a pele. Os estudos de Elizabeth foram essenciais para o desenvolvimento de produtos de beleza que usamos até hoje.
Marie Curie, 1867–1934: é a primeira pessoa que pesquisou sobre radioatividade, tendo descoberto o rádio, um elemento químico. É conhecida também por ter sido a primeira mulher a receber um Nobel.
Florence Sabin, 1871-1953: chamada de “a primeira-dama da ciência americana”, Florence é conhecida por desenvolver estudos sobre os sistemas linfático e imunológico do corpo humano. Também foi a primeira mulher a receber uma cadeira na Academia Nacional de Ciência dos EUA.
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Virginia Apgar, 1909-1974: a maioria das pessoas já entrou em contato com uma invenção dela. Foi Virginia quem criou a Escala de Apgar, um exame que avalia o nascimento e os primeiros dias de vida de uma criança. Ela ainda descobriu que determinadas anestesias, quando usadas durante o parto, poderiam prejudicar o bebê.
Nise da Silveira, 1905-1999: foi uma psiquiatra brasileira que estudou com Carl Jung, sendo um dos principais nomes na luta contra a agressividade das terapias empregadas em pessoas que sofriam de transtornos mentais.
Gertrude Bell Elion, 1918 -1999: desenvolveu remédios que tinham a capacidade de amenizar os sintomas de doenças letais, como AIDS e leucemia. A cientista recebeu o Nobel de Medicina, em 1988.