Você sabia que no Brasil, em cada quatro mulheres, mais de uma delas apresenta sintomas de depressão no período de 6 a 18 meses após o nascimento do filho? Essa constatação foi feita a partir de um estudo de 2012 chamado “Factors Associated with Postpartum Depressive Symptomatology in Brazil: The Birth in Brazil National Research Study”, conduzido pela pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fiocruz (RJ), Mariza Theme.
Mas, quando falamos em depressão pós-parto, o que vem à sua cabeça? Esse, que é um assunto cada vez mais comentado, reúne características específicas que devem ser observadas e tratadas com a devida atenção. Afinal não só as mulheres que passam por esse distúrbio precisam estar atentas como também aqueles que estão ao redor delas.
Pensando nisso, o EuSemFronteiras resolveu reunir os principais sintomas da depressão pós-parto a fim de conscientizar a todos!
O que é depressão pós-parto?
A depressão pós-parto (DDP) é uma condição de desespero, profunda tristeza e até falta de esperança que acontece logo após o parto. Em muitos casos a mãe pode não reconhecer a criança que gerou como filho(a), a falta de liberdade que ela perde por causa da maternidade é repensada, além da restrição de se fazer o que gosta e até de perder o sono que aparece de forma recorrente em seus pensamentos.
Esse tipo de depressão pode estar associado a fatores emocionais, qualidade e estilo de vida, fatores físicos como sedentarismo, além de ter ligação, também, com o histórico de outros problemas e transtornos mentais, incluindo quadros de depressão prévia. A principal causa, no entanto, é o desequilíbrio hormonal, que acontece por causa do fim da gestação.
Outros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão pós-parto:
– Alimentação inadequada;
– Privação de sono;
– Isolamento;
– Falta de suporte e apoio familiar;
– Histórico de transtorno pré-menstrual;
– Infertilidade;
– Estresse e ansiedade intensa;
– Hipertensão;
– Diabetes;
– Aborto ou perda gestacional;
– Falta de planejamento da gravidez;
– Transtorno bipolar;
– Vício em álcool ou em outras drogas.
Ainda segundo a pesquisa sobre fatores associados à depressão pós-parto no Brasil, citada no início do texto, qualquer mulher pode desenvolver a depressão pós-parto, porém a prevalência maior é nas mulheres que tiveram antecedentes de transtorno mental (inclusive depressão), naquelas com maior vulnerabilidade socioeconômica, histórico de traumas e violência doméstica ou gravidez indesejada.
Sintomas de depressão pós-parto
Os sintomas mais comuns da depressão pós-parto são: desmotivação profunda, melancolia intensa, tristeza acompanhada de desespero constante e ausência de forças e prazer ao realizar atividades de rotina. Além desses fatores, existem outros sinais que também podem indicar a DDP.
Veja a seguir:
– Ansiedade;
– Insônia;
– Cansaço extremo;
– Sentimento de culpa ou indignação;
– Indisposição constante ou inquietação;
– Perda de vontade em realizar atividades de que antes gostava;
– Perda de interesse em pessoas de que sempre gostou;
– Dormir muito ou pouco;
– Ganho ou perda excessiva de peso;
– Vontade de comer mais ou menos que o habitual;
– Pensamento de morte ou suicídio.
O quadro de depressão-pós parto pode trazer várias consequências para o vínculo entre mãe e bebê, principalmente no que se refere ao aspecto afetivo. Futuramente pode trazer efeitos no desenvolvimento cognitivo da criança, sequelas que se prolongam na infância e adolescência, problemas de comportamento, crises de hiperatividade e até dificuldades para comer e dormir.
Vale ressaltar que além da mãe já foi comprovado que o pai também pode sofrer com a DDP. Para ele, a depressão pode ser causada pela preocupação com a capacidade de educar a criança que veio ao mundo, pelo aumento das responsabilidades, pela ansiedade em ter que oferecer uma boa vida para o(a) filho(a), além do suporte que tem que dar ao parceiro(a). É bom ficar de olho.
O que fazer depois de identificar os sintomas?
O tratamento direcionado à depressão pós-parto é feito de maneira individual, dependendo de cada caso. Normalmente são usados medicamentos antidepressivos aliados à psicoterapia, com a ajuda de psicólogos e psiquiatras especializados nesse tipo de depressão.
Todo esse tratamento é oferecido gratuitamente e de forma integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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Outro fator importante nesse processo é o apoio da família, do parceiro(a) e dos amigos. Conforme cada situação, também são recomendados pelo Portal do Ministério da Saúde a presença de uma babá durante meio período ou até por tempo integral, a terapia hormonal e os exercícios para fortalecer os laços entre o paciente e o bebê.
Não se esqueça de que um caso é diferente do outro e o acompanhamento profissional é imprescindível.