Todo ser humano tem dentro de si vários eus, e cada um desses eus vive em planos de consciência diferentes e enxerga a realidade de forma diferente. Entender isso nos ajuda a compreender por que muitas vezes somos contraditórios.
Essa complexidade interior pode ser comparada com moradores de um condomínio, onde nosso eu atual é o síndico. Cada morador tem suas próprias opiniões, atitudes e sentimentos, cada um mora em um apartamento e apresenta realidades diferentes.
Quando tomamos consciência desses moradores que habitam em nós, precisamos trabalhar para aceitar principalmente os aparentemente “indesejáveis”, ou seja, aquela criança sensível e amedrontada, o adolescente revoltado ou o adulto nervoso e hostil.
Esses moradores vivem como nosso lado-sombra – aqueles comportamentos que tentamos esconder, mas não eliminamos, pois ainda não sabemos que eles moram conosco. No entanto, o fato de trazer à consciência o mundo interior nos dá a possibilidade de compreender de que forma estamos conduzindo a nossa vida.
E como podemos começar a identificar esses moradores? Se temos que abraçar a criança interior que tem medo, compreender o adolescente que mora em nós ou acolher o adulto sobrecarregado? Qual eu pode desempenhar esse papel?
Embora tenhamos todos esses eus que precisam de transformação, temos em nós também outros eus amadurecidos, que podem assumir essa tarefa como se fossem conselheiros. Temos em nós um conselheiro interno, aquele guia que nos faz refletir sobre as nossas contradições.
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Acredito que já tenha acontecido com você de ter tido um determinado comportamento e, após refletir o motivo de tê-lo feito, percebeu a contradição. Por qual motivo fazer algo que você já sabe que não faz sentido com sua realidade atual?
Todas as pessoas que querem seguir um caminho de autotransformação conseguem, com a prática, acessar o seu guia interior. O Eu Observador aparece para observar o que está sendo vivenciado, sem julgamento – sua única ferramenta é o amor.
O Eu Observador acolhe as mensagens dos nossos eus, não classifica como “bom” ou “mau”, somente anota, como um cientista com seu microscópio.
Somos o síndico que começa a conhecer todos os moradores do condomínio.
É preciso ter disciplina para desenvolver o Eu Observador. As duas formas pelas quais isso pode ser feito são a meditação e recapitulação diárias. A meditação procura acalmar a mente, e com isso é possível ouvir nossos eus interiores falarem.